Após a aprovação da reforma política pelo presidente golpista Michel Temer (PMDB) em outubro, com . Entre as principais mudanças, está o financiamento público de campanha, que tem sido vista de forma positiva pelos movimentos populares.
O ouvinte da semana, o estudante Guilherme, quer entender melhor como as novas regras afetam as eleições de 2018. Quem responde é o jornalista Igor Felipe, da Frente Brasil Popular:
“Meu nome é Guilherme Batista, sou estudante, tenho 23 anos e gostaria de saber como é que ficam as eleições de 2018 com a reforma política. Já estão valendo as mudanças? Como vai ser?”
“Olá, Guilherme, aqui é Igor, sou jornalista e militante da Frente Brasil Popular. Em 2018 você vai votar pra presidente, governador, vai votar em dois senadores, para deputado federal e para deputado estadual. Na reforma política que foi aprovada não houve mudança do modelo, então continua sendo o modelo proporcional na votação para deputados. Um elemento importante foi a aprovação do fundo público de campanha de R$ 1,7 bilhões de reais. Esse tema criou muita polêmica, mas isso é bastante positivo porque, a partir de agora, a própria sociedade vai financiar a política e isso acaba diminuindo a interferência do poder privado, das grandes empresas sobre os parlamentares. Então, esse é um elemento positivo. Em relação ao financiamento das campanhas, a partir de agora vão ser financiadas pela própria sociedade. E isso é importante porque antes, quando estava autorizado o financiamento privado de campanhas, grandes empresas financiavam os parlamentares em busca de benefícios e privilégios no período posterior às eleições.Então agora, a eleição vai ser financiada pelo fundo público e tem também a possibilidade de doação de pessoa física para as campanhas. Então, você tem um candidato, além de votar nele quer ajudar na sua campanha, você pode fazer uma doação. No texto aprovado no Congresso havia um teto para essa doação e esse teto foi, infelizmente, vetado pelo presidente Temer. Por isso, as pessoas muito ricas vão poder doar um valor muito alto para os candidatos, o que acaba prejudicando a democracia. E um elemento importante que foi aprovado na Reforma Política é o limite de gastos, então agora, em cada um dos casos, tem um limite máximo que cada candidato pode gastar, e isso é importante porque agora nós teremos eleições mais baratas. Nesse sentido, a reforma política não é a reforma necessária para aprofundar a democracia no nosso país, mas a maior parte das medidas aprovadas melhora o sistema eleitoral", finaliza.
Edição: Camila Salmazio