O Movimento de Mulheres de São Paulo desocupou na manhã desta segunda-feira (30) a sede da Casa da Mulher Brasileira, na região central da capital paulista. Após a desocupação, ativistas caminharam rumo à prefeitura para se reunir com representantes do governo João Doria (PSDB) e entregar um manifesto pela abertura imediata do prédio.
A reunião teve a presença da coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres, Gislaine Caresia, e do secretario de Relações Governamentais, Milton Flávio. De acordo com a gestão municipal, há um entrave do governo federal com o Banco do Brasil, o que impossibilitaria a abertura do local.
As ativistas que ocuparam a Casa afirmam que o local já está pronto desde novembro, porém, a coordenadora municipal disse que o prédio ainda não tem luz, rede de esgoto e água. Para Sônia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, não há uma resposta contundente da gestão municipal, e ela avalia que existe "falta de empenho" da prefeitura. "Esses problemas que você colocou são obstáculos, mas para uma casa de R$ 14 milhões não são os maiores problemas. Falta empenho", criticou.
Já Vera Machado, também integrante do movimento, criticou a falta de segurança no local, que está abandonado. "O tempo está passando e temos mais problemas com a Casa. Ela está desabitada, sem segurança, a população local diz que é ocupada por usuários de drogas que roubam a Casa. Agora, não temos esgoto nem fiação", lamentou.
O secretário de Relações Governamentais de Doria atribuiu o problema ao governo passado. "A questão do roubo ocorreu na gestão anterior. Todas as obras não acabadas estão sendo roubadas. A gestão Haddad iniciou uma série de obras, e muito do que foi feito está sendo levado embora", disse.
Ele diz ainda que a prefeitura não teria obrigação de cuidar do terreno, já que ainda está sob responsabilidade do governo Temer. "(Enquanto não finalizá-la) Essa obra é federal. Eu não votei no Temer, nem na Dilma. Em tese, essa responsabilidade não é minha", pontua.
As ativistas pediram que a prefeitura coloque a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para cuidar do local. O Movimento de Mulheres de São Paulo, a prefeitura e a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres devem se reunir nesta terça-feira (31) para tentar um consenso sobre o assunto.
Edição: RBA