O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite dessa quinta-feira (02) que o país vai reestruturar e refinanciar sua dívida externa. O anúncio veio no mesmo dia em que o governo decidiu aumentar em 30% o salário mínimo e as aposentadorias em vigor.
"Amanhã [sexta] temos que pagar o total de 1,12 bilhão de dólares de bônus da PDVSA [companhia estatal de petróleo do país] 2017 e tenho dinheiro para cumprir esta obrigação", afirmou Maduro. "Tenho dinheiro para este pagamento, assim como tenho dinheiro para as exportações que necessitamos em matéria-prima, medicamentos, alimentos", disse.
Segundo a agência estatal AVN, a reestruturação é uma "reforma" com o objetivo de "cobrir as necessidades do país em matéria de alimentação, moradia, saúde, educação, segurança e recreação."
"Vamos fazer uma reforma completa dos pagamentos externos para alcançar o equilíbrio. Vamos romper os esquemas internacionais. São bons para nos cobrar, mas a Venezuela não tem acesso ao refinanciamento de bônus?", questionou o presidente, que criou uma comissão, liderada pelo vice-presidente Tareck El-Aissami, para liderar as conversas de renegociação.
Nos últimos quatro anos, a Venezuela pagou mais de 70 bilhões de dólares de dívida. No entanto, o risco país continuou alto – acima dos 3.000 pontos – em uma demonstração que do que analistas financeiros chamam de "ataque financeiro" contra Caracas.
Salário mínimo
Maduro também anunciou um aumento de 30% no salário mínimo e nas aposentadorias no país. Com o reajuste, o salário passa de 136.544 bolívares para 177.507 bolívares.
Além disso, 4 milhões de famílias venezuelanas irão ganhar um bônus de 500.000 bolívares para o Natal.
"Aprovei os recursos para entregar um bônus natalino especial para 4 milhões de famílias. São 500.000 bolívares de um bônus por meio do carnê da pátria", disse Maduro. O carnê é um cadastro do governo que gerencia a distribuição de comida subsidiada e outros benefícios sociais.
Edição: Opera Mundi