Grupos indígenas, camponeses, autoridades municipais e movimentos populares da Bolívia anunciaram a organização de uma marcha que deve ocorrer na próxima terça-feira (07). A manifestação começará na cidade de El Alto e seguira até a Praça São Francisco, em La Paz, capital do país. Os participantes pedem que a Justiça libere o presidente boliviano, Evo Morales, para concorrer a uma nova eleição.
Segundo os organizadores, esta marcha deve superar a anterior, que contou com a participação de 50 mil pessoas. “Todos vamos sair das comunidades para defender o processo de mudança, respaldar o governo e consolidar a liderança do presidente”, afirmou o deputado do Movimento Pelo Socialismo (MAS), Franklin Flores. Evo Morales é atualmente o presidente do partido.
Em um referendo realizado no fim de fevereiro, o governo propôs uma emenda à Constituição boliviana para permitir a segunda reeleição presidencial no país. A campanha entre o “sim” à emenda, promovida pelo governo, e o “não”, promovida pela oposição com amplo apoio da imprensa, foi acirrada, assim como o resultado final: o “não” venceu com 51,3% dos votos, contra 48,7% para o “sim”.
A regra que limita as reeleições foi feita enquanto Morales já ocupava seu primeiro mandato e, como a lei não pode retroagir, a contagem do número máximo de reeleições começou a partir da eleição seguinte, que deu direito ao presidente de exercer seu segundo mandato. Reeleito para um terceiro, ele pede à Justiça que derrube o limite para que possa se candidatar novamente.
Edição: Opera Mundi