Nesta quarta (8), em todo o Brasil, movimentos de luta por moradia saíram às ruas em protesto contra os cortes no Minha Casa Minha Vida. Eles reivindicam a retomada do programa e denunciam o golpe de Estado, que retirou recursos da habitação para financiar a base aliada de Temer (PMDB).
Em Belo Horizonte, um ato foi realizado em frente à agência da Caixa Econômica Federal da Rua Maranhão, na área hospitalar. A manifestação contou com a presença da Central de Movimentos Populares (CMP), da Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM), do Movimento de Bairros, Vilas e Favelas (MLB), da União Nacional de Luta por Moradia Popular (UNMP) e do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD). Também participaram o Sindicato dos Bancários de Minas Gerais e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
“Este é um protesto contra o fim do Minha Casa Minha Vida, que o governo ilegítimo quer retirar. Ele pretende descumprir o acordo da construção de casas já agendada para 2017 e não investir na faixa 1, que atende a entidades e famílias que recebem até um salário e meio”, afirma Nayara Martins de Souza, coordenadora metropolitana da CMP.
Segundo os movimentos, o governo golpista chegou a anunciar a contratação de 70 mil novas unidades habitacionais no campo e na cidade em 2017, sendo 35 mil para o Minha Casa Minha Vida Rural e outras 35 mil para o Minha Casa Minha Vida Entidades. Até o momento, porém, apenas cortou recursos para o programa.
Na proposta orçamentária encaminhada ao Congresso para 2018, não está previsto nenhum centavo para as modalidades. Já o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 33/2017 prevê a abertura de mais de R$ 6 bilhões em créditos suplementares para o governo golpista, a serem realocados na Presidência da República, na propaganda institucional e outras áreas, dentro do orçamento de 2017. Esses recursos sairiam de programas como o Minha Casa Minha Vida.
“Antes do impeachment, Dilma deixou assinados vários contratos para o Minha Casa Entidades em todo o Brasil. Precisávamos da Conferência Nacional das Cidades para que, a partir daí, fosse feito um chamamento público e a verba fosse liberada pela Caixa Econômica Federal, para entidades que trabalham com núcleos habitacionais. Milhares de famílias frequentam os núcleos e aguardam suas casas”, comenta Naiara, que também é integrante da Frente Brasil Popular.
Edição: Larissa Costa