Para reivindicar instalações elétricas em áreas de reforma agrária nas cidades do interior de Minas Gerais, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocupou, na manhã desta quarta-feira (8), a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em Belo Horizonte.
“Há um passivo de 47 mil instalações elétricas, por ano, em Minas Gerais. Nossas áreas estão nessa conta”, explica Silvio Neto, dirigente estadual do MST.
A privatização de quatro usinas da Cemig neste ano é um sinal, segundo o dirigente, de que não a empresa não possui nenhum plano para cumprir essa demanda.
“Não queremos que a Cemig siga os passos da Vale, que além de passar por cima dos trabalhadores, comete crimes como o que aconteceu há dois anos em Mariana. A Empresa precisa garantir nosso direito de acesso à energia antes que seja desmontada pela privatização”, diz.
O governo golpista de Michel Temer (PMDB) leiloou, em setembro, quatro usinas que eram concessões da Cemig: São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. Entre as vencedoras, uma empresa chinesa, uma franco-belga e uma italiana.
Além das instalações elétricas em cidades do interior mineiro, o Movimento também reivindica, que o governo de Minhas Gerais e a Cemig fortaleçam o Projeto Semeando Agrofloresta, responsável pela construção de oito viveiros de mudas em várias regiões do estado.
O objetivo dos viveiros é estimular a produção de milhões de mudas de árvores nativas para reflorestamento e a geração de renda nos assentamentos.
“Apenas metade dos recursos foram disponibilizados pelo Governo do Estado. Estamos deixando de plantar 800 mil mudas este ano. A Cemig precisa assumir isso para que possamos continuar o trabalho de preservação. Nesse caso, ela também se beneficia porque dá conta do gigantesco passivo ambiental da empresa”, afirmou o dirigente.
Edição: Simone Freire