De 30 mil pessoas assassinadas por ano no Brasil, 23 mil são negras, mais de 70%. De 2005 a 2015, enquanto a taxa de homicídios de pessoas brancas caiu 12%, a de negros aumentou 18%.
Para chamar a atenção para essa realidade a ONU lançou nesta terça-feira a campanha Vidas Negras, com a mensagem principal de que elas importam.
Participam dos vídeos e materiais voltados às redes sociais artistas como os atores Érico Brás e Taís Araújo, a escritora Elisa Lucinda e os integrantes do Dream Team do Passinho.
A campanha da ONU faz parte da celebração da Década Internacional de Afrodescendentes e, segundo a oficial de Programa do Fundo de População da ONU, Ana Cláudia Pereira, quer chamar a atenção para o que ela classifica como uma acentuada desigualdade racial no Brasil.
O Brasil assina compromissos internacionais para acabar com o racismo e a desigualdade racial. A ONU cita como com bons exemplos do país as cotas em universidades, e o papel que o movimento negro brasileiro teve ao colocar a discussão racial na agenda pública.
Jacira da Silva, coordenadora do Movimento Negro Unificado do DF, afirma que ainda tem muito para se avançar, como o respeito à lei que coloca o racismo como crime inafiançável, ou a inserção do combate ao racismo e à violência contra a população negra no orçamento público.
O secretário Nacional de Juventude, Assis Filho, esteve no evento, e anunciou que será lançado, no dia 20 de novembro, o Índice de Vulnerabilidade Juvenil de 2017, com recorte de dados para os 100 municípios mais populosos, e também para raça, gênero e idade de 19 a 29 anos.
A campanha Vidas Negras, da ONU, pode ser encontrada na página das Nações Unidas no Brasil no Facebook, e também na página da campanha.
Edição: Radioagência Nacional