Incitação a crimes não tem nada a ver com liberdade de expressão
Mario Vitor Rodrigues, um colunista a revista Isto É pregou descaradamente a morte de Luis Inácio Lula da Silva. O ocupante de espaço midiático conservador que se apresenta como jornalista disse textualmente que “pelo bem do País, Lula deve morrer. Eis uma verdade incontestável. Digo, se Luiz Inácio ainda é encarado por boa parte da sociedade como o prócer a ser seguido, se continua sendo capaz de liderar pesquisas e inspirar militantes Brasil afora, então Lula precisa morrer”.
Rodrigues, na verdade, não é jornalista, mas simplesmente uma figura que dá recados de grupos extremistas de direita que vomitam ódio a Lula e especialmente aos pobres do Brasil. No caso, o extremista, na prática adepto do fascismo, conta com a impunidade ao pregar o que pregou e seus áulicos vão responder evocando a liberdade de expressão. Falsamente, claro, porque o que ele escreveu incitando o crime não tem nada a ver com liberdade de expressão.
Aliás, vale sempre lembrar que a própria atual Presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministra Carmen Lúcia recentemente ao liberar vestibulandos do ENEM de tirar zero se escrevessem algo contra os direitos humanos, evocou a liberdade de expressão como pretexto. Nada a ver com liberdade de expressão, pode-se afirmar sem sombra de dúvidas. O que teria a dizer então a Ministra no caso de alguém defender a morte de um político? Será que teria sentido falar também em liberdade de expressão?
O referido extremista incitador de um assassinato e que se apresenta como jornalista ainda por cima se diz agora ameaçado e ingressou com um pedido de proteção policial. Dessa forma Rodrigues tenta desviar a atenção da pregação de ódio e também para tentar evitar perder na justiça uma ação que o Partido dos Trabalhadores ingressou contra ele por pregar um assassinato.
Nesta história toda, o que os que odeiam os pobres querem evitar Lula como candidato e se ele for candidato impedir de qualquer forma a sua eleição. Estão visivelmente preocupados com a divulgação de pesquisas de opinião pública que apontam o favoritismo de Lula.
Denúncia contra o grupo Globo
Seguindo o mundo da mídia não se pode deixar de comentar a denúncia feita pelo argentino Alejandro Bursaco sobre o pagamento de propina pelo grupo Globo para ter exclusividade nas transmissões de partidas das Copas do Mundo. Na verdade, o valor mencionado da propina, 15 milhões de dólares, é irrisório para a Globo, porque o patrocínio que consegue com as transmissões exclusivas é muito maior, talvez pelo menos dez vezes mais, isso contando por baixo..
O grupo Globo nega com veemência o pagamento de propinas nos contratos de transmissão e repete isso diariamente no Jornal Nacional. Mas ao se recordar a história da Rede Globo, desde o seu nascimento com um contrato ilegal com o grupo estadunidense Time Life, objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que teve como relator o então Deputado Saturnino Braga, que passou 30 anos sem ser mencionado pela emissora por causa disso, pode-se admitir que o grupo não é tão inocente como propaga no noticiário. A família Marinho preferiu adotar o posicionamento do desmentido do pagamento de propina com veemência, porque ficaria muito mal se omitisse a informação que seria divulgada nos mais diversos espaços midiáticos.
De qualquer forma, incitamento de assassinato e pagamento de propina, seja pela Globo ou por quem quer que seja, não podem ser aceitos e devem ser objeto de investigações rigorosas, sem possibilidades de os acusados conseguirem se safar através de mentiras e manipulações.
Edição: Brasil de Fato RJ