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Coluna | Os conflitos urbanos de Curitiba ocorridos em outubro

Confira o resumo dos principais protestos ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana no mês de outubro

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
No dia 22 de outubro, ocorreu em Curitiba a Passeata Contra a Intolerância Religiosa
No dia 22 de outubro, ocorreu em Curitiba a Passeata Contra a Intolerância Religiosa - Valéria K. Lopes

Esta é a coluna mensal do Observatório dos Conflitos Urbanos de Curitiba, que apresentar o resumo dos principais protestos ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana ao longo de cada mês. O Observatório é composto por professores e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para saber mais acesse o site do projeto. Confira a síntese das lutas do mês de outubro:

Ocupação simbólica no Colégio Estadual do Paraná

Na noite do dia 19 de outubro, o Colégio Estadual do Paraná foi ocupado por estudantes, em comemoração de um ano da Primavera Secundarista, movimento estudantil que lutou contra a aprovação de medidas federais de congelamento dos gastos com educação. Os alunos foram acompanhados pela Polícia Militar, que não interferiu na manifestação. No dia 20, foi realizado um ato na praça 19 de dezembro, bem como uma extensa programação cultural. Porém, no início da manhã, estudantes discutiram com os ocupantes, por não concordarem e não terem sido avisados da ocupação. As aulas ocorreram normalmente durante o dia.

Indígenas, Quilombolas e Trabalhadores Sem Terra acampam em frente ao Incra

No dia 17 de outubro, indígenas, quilombolas e Trabalhadores Sem Terra montaram acampamento em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). A mobilização fez parte da Jornada Nacional de Lutas da reforma agrária e das empresas públicas, que aconteceu entre os dias 16 e 20.

Segundo organizadores, cerca de 2 mil pessoas participaram da ação do grupo, que contou com manifestações e passeatas no centro da cidade. O movimento permaneceu acampado no local até a tarde do dia 18. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os atos buscam denunciar o desmonte da política da reforma agrária que ocorreu durante o governo Temer e cobrar a restituição de seus orçamentos.

Passeata Contra Intolerância Religiosa

No dia 22 de outubro, ocorreu em Curitiba a Passeata Contra a Intolerância Religiosa, organizada pelo grupo Tambores do Paraná. O ato ocorreu simultaneamente em 10 estados tendo como objetivo principal, dar visibilidade à violência direcionada às religiões de matrizes africanas. Nos últimos cinco meses, terreiros e irmãos de santo passaram a ser vítimas de violência, com ataques iniciados na cidade do Rio de Janeiro, mas que rapidamente se alastraram para outros estados. O ato em Curitiba teve início na praça Tiradentes, de onde os manifestantes marcharam até a Boca Maldita, com a participação de vários terreiros e grupos de diferentes religiões. De acordo com os organizadores, o ato teve cerca de 10 mil participantes e figura entre um dos maiores atos religiosos ocorridos na capital paranaense no último ano.

Jornada contra as privatizações

No mês de outubro, o Paraná foi marcado por atos, passeatas, audiências públicas e uma semana de jornada em defesa das empresas estatais do Brasil, em decorrência do pacote de 57 projetos de privatização do governo de Michel Temer. Em Curitiba e Araucária, petroleiros e petroquímicos marcaram o aniversário de 64 anos da Petrobras em um ato contra essas medidas, no dia 3, em frente à Fafen, à Refinaria Presidente Getúlio Vargas e no centro de Curitiba, onde também realizaram aula pública. Além deles, houve audiências públicas contra a privatização do setor elétrico e bancário nos dias 10 e 18, respectivamente, organizados pelo Fórum Popular Contra Privatização da Eletrobras, pelas entidades representativas do setor bancário e pela sociedade civil. Em ambas foi unânime o posicionamento contra os pacotes do governo.

Já a Frente Brasil Popular mobilizou, em âmbito nacional, a “Jornada de Lutas em Defesa das Empresas Públicas”, uma semana de atividade para afirmar suas pautas de saída de Michel Temer da presidência da república; da soberania das empresas estatais, da reforma agrária e do fim da reforma da previdência. A ameaça da privatização também atingiu o setor dos Correios, que marcaram 20 dias de greve em função dos menores direitos trabalhistas e do sucateamento dos serviços pela franquia de agências, um modo gradual de pressionar a empresa à privatização, como relatou o Sintcom, Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná.

Edição: Ednubia Ghisi