A desigualdade entre homens e mulheres no setor metalúrgico do Paraná é gritante: eles ocupam 80,7% das vagas de emprego, elas, apenas 19,3%, de acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa retrata o período entre 2006 e 2016.
Os dados mostram o mapa do emprego concentrado em apenas três microrregiões, com uma diferença gigantesca da capital do estado para as demais regiões. Em 2016, Curitiba concentrava 53,3% do trabalho, seguida de Londrina (7,6%) e Maringá (6,3%). Juntas, as regiões somam 67,2% dos empregos no setor período. Este índice aumentou 21,81% no período de 10 anos pesquisados.
O setor com maior participação em relação ao número total de empregos, dados de 2016, está na “Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias” (26,4%), seguido da “Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos” (25,3%) e “Fabricação de máquinas e equipamentos” (23,4%). Este três setores representam aproximadamente 75% do total dos trabalhadores metalúrgicos.
Outro dado preocupante e com relação ao número total de vagas: de 2014 a 2016, houve uma redução de 21,33% dos postos de trabalho no setor.
Abismo salarial
Quando o assunto é salário, a desigualdade continua. De acordo com pesquisa divulgada pelo DIEESE em março deste ano, a diferença salarial entre homens e mulheres da categoria ficou em 25,3% em 2015 (em 2006, era de 28,18%).
Caso persistam os atuais mecanismos de remuneração de homens e mulheres da categoria metalúrgica no Brasil, a histórica reivindicação de igualdade salarial só vai acontecer em 2091, ou seja, daqui a 74 anos.
Edição: Ednubia Ghisi