É uma alternativa que falta na hora de votar pra qualquer cargo
Mais uma vez, a reforma eleitoral virou assunto na imprensa brasileira. Como sempre, os políticos fingem que querem uma reforma pra valer e por baixo do pano quase todos trabalham contra. Até simulam, fazem umas reforminhas mixurucas e pronto.
Bom... Eu tenho uma proposta há muito tempo, já escrevi e falei sobre ela muitas vezes, e repito aqui. É a criação do voto contra. É uma alternativa que falta na hora de votar pra qualquer cargo, desde vereador até presidente da República.
Hoje, podemos votar em um determinado candidato, podemos votar só no partido (no caso do legislativo), votar branco ou nulo. Não basta. O voto contra seria para ser diminuído de um determinado candidato ou partido, em todos os níveis, de vereador a presidente da República.
Por exemplo: se o candidato um cargo qualquer tiver um milhão de votos a favor e 400 mil votos contra, sobrariam a ele seiscentos mil votos positivos. Se o adversário dele 800 mil votos a favor e cem mil contra, lhe sobrariam 700 mil votos, então ganharia do que teve um milhão e ficou só com 600 mil.
Hoje, quando chegam dois candidatos ao segundo turno de eleição para presidente, governador ou prefeito, às vezes a gente é contra os dois. Mas é “mais contra” um deles, então se sente meio culpado de não votar em nenhum, temendo que vença o pior.
Muitos acabam votando no “menos pior”. Mas é difícil engolir a necessidade de votar num ruim para evitar um péssimo. Com a possibilidade de votar contra alguém, a coisa ficaria mais fácil. Se eu voto contra o pior, faço a minha parte sem ter náuseas.
E o candidato vencedor fica sabendo que não votamos nele, mas contra o outro. Ele não pode se gabar de ser o “melhor”, só é “menos pior” que o outro. No caso de eleições parlamentares, se o eleitor optar pelo voto contra, descontaria do candidato e, logicamente, do partido. Tem uns deputados e senadores por aí altamente merecedores do voto contra.
Imagino, se esse tipo de voto fosse criado, o efeito que teria sobre certos parlamentares safados. Eles têm seus eleitores, bobos, comprados ou também safados, então conseguem votos para se elegerem.
Mas se a gente fizesse uma campanha pelo voto contra eles, talvez conseguíssemos que tivessem uma votação abaixo de zero, quer dizer, mais votos contra do que votos a favor.
Que festa a gente faria!
Edição: Camila Salmazio