“Esse governo que está aí está rasgando tudo o que conquistamos nos últimos anos sem nenhuma legitimidade. Estou aqui para mostrar que ainda é possível fazer esse país voltar a crescer, recuperar a autoestima, voltar a ser alegre, gerar emprego com carteira assinada, colocar meninos e meninas das periferias na universidade”.
Foi com essas palavras que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou, na noite desta segunda-feira (4), mais uma etapa de sua caravana "Lula pelo Brasil", em que vai percorrer os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. A abertura da caravana pelo estado capixaba aconteceu na praça Costa Pereira, no centro de Vitória, com um grande ato, que reuniu centenas de pessoas.
Em seu discurso, Lula ainda garantiu que vai ser candidato em 2018, mesmo que o mercado tente impedir. “Quero voltar a ser Lulinha paz e amor e não adianta o mercado fazer terrorismo, porque eu não vou pedir voto ao mercado. O mercado sabe que quando cheguei na Presidência a gente devia R$ 30 bilhões ao FMI e hoje o FMI é quem deve dinheiro para nós”, acrescentou.
O ex-presidente ainda falou sobre a atenção que deu ao estado do Espírito Santo durante seu mandato, através do investimento na indústria naval. “Quando cheguei na presidência, eram 2.6 mil trabalhadores no setor, que passou a ter 86 mil trabalhadores. Estão desmontando a indústria naval porque estão comprando plataformas na Coreia, dizendo que é mais barato. Não tem nada mais barato do que ver o povo brasileiro trabalhar, comprar o que comer e pagar seus impostos”, argumentou.
Lula ainda falou que o país precisa recuperar seu protagonismo internacional, o que está na contramão da política diplomática feita pelo governo de Michel Temer. “A gente tem que parar com esse complexo de vira-lata de se subordinar aos Estados Unidos e Europa. A gente tem que olhar para a América Latina”, afirmou.
Antes do discurso de Lula, o advogado capixaba João Carlos, que se formou em direito graças ao ProUni, entregou seu diploma para que o ex-presidente o assinasse.
“Sou filho de mãe cabeleireira, fui muito pobre, quanta luta tive na minha vida. Hoje sou exemplo vivo de que uma política séria voltada para o povo dá muitos resultados. Venci e voei muito alto porque tive oportunidade” disse emocionado.
O trabalhador da área da construção civil, Joventino Schneider, 67 anos, também esteve no ato para dar apoio ao ex-presidente, que melhor governou o país, em sua opinião.
“Um torneiro mecânico, como ele, chegar a presidência e criar a quantidade de empregos como ele fez nunca teve igual. Hoje, você vê, obra civil acabou. O povo acreditou que esse aí que entrou seria o bonzão, olha só no que deu”, afirma.
Neuci Sanchez, 58 anos, também garantiu presença no ato para prestigiar Lula. “Nosso grande presidente, que governou para o povo, para a classe trabalhadora, merece todo o nosso respeito, quem não entende isso deve estar alienado”, acrescenta.
Depois de Vitória, o segundo destino da caravana é Cariacica, onde o ex-presidente desembarca nesta terça-feira (5), para visitar o Instituto Federal do Espírito Santo(IFES-ES), criado durante seu governo e parte do processo de expansão e interiorização do ensino técnico e superior. Na ocasião, Lula vai conversar com diretores e com o reitor, como tem feito em outras visitas a institutos federais nas etapas anteriores da caravana.
Em seguida, o ex-presidente será recebido no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Campos dos Goytacazes. A caravana ainda passará por Maricá, Itaboraí, Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu. O encerramento acontece na próxima sexta-feira (8), quando desembarca no Rio de Janeiro.
Ao longo dos cinco dias da passagem do ex-presidente pelos dois estados, o Brasil de Fato estará presente com uma cobertura em tempo real, mostrando histórias e realidades do povo capixaba e fluminense.
Edição: Vivian Virissimo