O observatório brasileiro sobre agronegócio De Olho nos Ruralistas, com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, produziu o especial De Olho no Paraguai, que traz informações sobre os impactos ambientais e sociais do modelo expansionista das monoculturas cultivadas por brasileiros no Paraguai.
No país sul-americano, grandes latifundiários e empresas agropecuárias protagonizam histórias de conflitos e ilegalidades de desrespeito à terra, à dignidade humana e ao meio ambiente, pontos comuns ao modelo do agronegócio praticado no Brasil.
O especial é uma série de 36 reportagens que traz à tona discussões que não são feitas pelas grandes empresas de comunicação, contando a história de brasileiros que controlam criminosamente quase dois terços do território paraguaio. Essa ocupação tem causado diversos casos de despejo, expulsão de indígenas, repressão, feridos e mortos, na trilha da exploração socioambiental do país latino-americano.
O trabalho jornalístico também aborda relatos de desmatamento, grilagem e mortes pelo consumo e exposição a agrotóxicos, que causam má formação de fetos e intoxicações e tornam o território paraguaio um laboratório de testes para venenos agrícolas, inclusive para produtos proibidos no Brasil.
As reportagens da série De Olho no Paraguai ainda estão sendo produzidas e serão publicadas até o dia 15 de dezembro. Elas estão divididas em seis editorias: Subimpério, Fronteiras, Invasores do Chaco e outras três estão em desenvolvimento: As Empresas, A Política e Relatos de uma Guerra; todas elas buscam identificar as cores verde e amarela nos conflitos do Paraguai, marcados por motivações econômicas e muita violência — como no Brasil.
Edição: Brasil de Fato | São Paulo (SP)