Esta é a coluna mensal do Observatório dos Conflitos Urbanos de Curitiba, que apresentar o resumo dos principais protestos ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana ao longo do mês de julho. O Observatório é composto por professores e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para saber mais acesse o site do projeto. Confira a síntese das lutas do mês de julho:
Mulheres contra a PEC181
A PEC 181 originalmente buscava ampliar o direito à licença maternidade da mãe de bebê prematuro, estendendo a licença de 120 dias até 240 dias, pelo prolongado período de internação da criança. Hoje, a proposta de emenda caminha no sentido contrário às mães, pois com alterações no texto, como na modificação do Art. 7º que trata da licença maternidade, e no Art. 1º e 5º da Constituição que trata da definição do momento de concepção da vida, a PEC passou a restringir leis que autorizam a realização de aborto em casos de estupro e anencefalia, sendo assim chamada de emenda Cavalo de Tróia, como um presente às avessas.
Em decorrência dessas alterações, no dia 13 de novembro, a Marcha Mundial pelas Mulheres no Paraná e o Povo Sem-Medo Paraná convocaram o ato Todas contra 181: Ato contra a PEC181, realizado na praça da Mulher Nua, no centro de Curitiba, contestando os 181 deputados que votaram favoravelmente à alteração da emenda.
Atos pela Consciência Negra
Dentro dos atos em comemoração à Consciência Negra, foi realizada a 2ª Marcha do Orgulho Crespo, no dia 18, contra a violência estética, racial e de gênero, com a realização de atividades afro-brasileiras. A concentração aconteceu na Praça Santos Andrade e, segundo organizadores, reuniu cerca de 500 pessoas.
Entre os eventos foi realizada a 5ª edição do Sarau Periférico, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) - ocupação Dona Cida, no dia 19/11, e contou com a presença de referências do rap nacional e do cenário político, como a rapper Nega Gizza e MV Bill. A organização do evento na periferia visa fortalecer a comunidade local e a importância de se dar visibilidade às vozes negras.
18º Parada LGBTI de Curitiba
No domingo 5 de novembro, milhares de pessoas se reuniram na Praça da Mulher Nua, ao meio dia, para celebrar o Orgulho LGBTI e protestar contra o machismo, racismo, intolerância religiosa e, principalmente, a LGBTIfobia. O movimento, que tinha como tema principal “O que eu tenho a ver com isso?”, caminhou pela Av. Cândido de Abreu até a Praça Nossa Senhora da Salete, em frente à Prefeitura de Curitiba, onde encerrou suas atividades por volta das 20h. De acordo com a Polícia Militar, mais de 10 mil pessoas compareceram à passeata.
Moradores do CIC bloqueiam Contorno Sul
Cerca de 200 moradores bloquearam, na manhã do dia 14, as duas pistas do contorno Sul na BR-116, contra a reintegração de posse de um terreno na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Segundo eles, a retirada foi realizada de forma violenta, com tiros de bala de borracha, mesmo com crianças e mulheres grávidas no local.
A prefeitura informou que o terreno é propriedade da Curitiba S/A, que seria destinado para descarte de resíduos hospitalares, e que a área representa risco de contaminação. Além disso, informou que é um sítio arqueológico recentemente descoberto por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná.
Paralisação contra reforma trabalhista e previdenciária
Dia 10 de novembro, 30 mil trabalhadores de Curitiba e Região Metropolitana protagonizaram um ato contra a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor no dia 11 de novembro. Metalúrgicos, bancários, trabalhadores do transporte público, técnicos e servidores públicos foram as principais categorias que clamaram por melhoria e promessa de Greve Geral, se não forem atendidos. Essas mobilizações se realizaram nas portas de fábrica e concentradas paralelamente na Boca Maldita. Dentre os organizadores, a CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Forças Paraná, NCST, UGT e Nova Central, foram as centrais sindicais que movimentaram o Dia Nacional de Lutas no Paraná.
Edição: Ednubia Ghisi
