Pergunta do Fala Aí desta semana traz um assunto recorrente, principalmente na vida das mulheres
Utilizar o transporte público nas grandes cidades não é tarefa fácil, principalmente para as mulheres. Diariamente, diversos casos de abuso sexual ocorrem dentro dos vagões dos metrôs, trens e nos ônibus. É o que aponta os dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). Os números podem ser ainda maiores do que os registrados, já que, muitas vezes, as mulheres não sabem como agir e acabam não formalizando denúncia.
No quadro Fala Aí dessa semana, a pergunta é como proceder, caso seja vítima de assédio dentro do transporte público. Quem responde é a mestre em políticas públicas pela Universidade Federal do ABC, Ana Carolina Nunes. Ela também é diretora do SampaPé, organização sem fins lucrativos que incentiva o deslocamento a pé, promovendo maior convívio entre pessoas nos espaços públicos da cidade de São Paulo.
"Meu nome é Luci Piscinin, minha profissão é enfermagem, tenho 54 anos. Eu gostaria de saber como proceder num abuso sexual num transporte público."
"Oi Luci, obrigada pela pergunta, eu sou Ana Carolina do Sampapé. É sempre muito difícil quando a gente é vítima desse tipo de situação, porque nós ficamos muito constrangidas né. Mas, se quisermos buscar ajuda, o ideal é falar com alguém que trabalha no transporte público, seja um funcionário da estação de metrô ou da CPTM, seja o motorista ou cobrador do ônibus. Ou então, se a gente só conseguir buscar essa ajuda depois, que busque um dos canais de atendimento desse sistema de transporte público. É importante tentar conseguir o contato de pessoas que foram testemunhas, para, se for o caso de fazer uma denúncia formal à Polícia, ter as testemunhas para poder falar sobre o caso. Se você considerar que não for bem atendida pela pessoa para quem buscou ajuda, que você leve a reclamação à ouvidoria, porque também é obrigação dessas pessoas que trabalham no sistema de transporte público atender as pessoas que sofrem qualquer tipo de importunação, é o mesmo caso das pessoas que são vítimas de abuso sexual.
Edição: Camila Salmazio