O ano de 2017 começou com muitos desafios para as instituições de ensino superior. Uma das maiores universidades do Brasil, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UFRJ), anunciou que não iniciaria o ano letivo na data prevista por falta de verbas.
Depois, foi a vez da USP divulgar que enfrentava dificuldades financeiras. Por fim, com um corte de aproximadamente 40% do orçamento, as universidades federais se juntaram às estaduais no aperto das contas.
O MEC, depois da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limitou os gastos públicos, teve um contingenciamento de 12% no orçamento total e revisou o corte de verbas das universidades. No início de dezembro foram liberados R$ 290,9 milhões para instituições federais de ensino. Segundo a pasta, em todo o ano, foram repassados R$ 7,5 bilhões.
Além da crise financeira, operações da Polícia Federal em universidades públicas também chamaram a atenção e geraram polêmicas. Houve conduções coercitivas e prisões em investigações sobre supostos esquemas de corrupção.
Dentre os alvos estiveram as federais de Minas Gerais, Paraná e de Santa Catarina. Nesta última, um desfecho trágico: dias depois de ter sido preso por suposta obstrução da Justiça, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Cancellier, cometeu suicídio. O ato de Cancellier gerou um debate sobre os supostos excessos da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário nas investigações.
A professora da UFMG, Iola Gurgel, questionou a forma como a polícia agiu com a instituição.
O ano de 2017 também foi marcado por mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies). As novas, que começam a valer no ano que vem, vão abranger três modalidades. Entre elas, a oferta de vagas com juro zero para os estudantes que tiverem uma renda per capita mensal familiar de até três salários-mínimos.
Além disso, está previsto que o desconto referente ao crédito seja feito automaticamente no salário a partir do primeiro mês de formado, desde que o profissional esteja empregado.
Este também foi um ano de ampliação à política de cotas raciais e sociais nas universidades. A USP e a UFMG aderiram. Já a Unicamp assumiu a liderança como melhor ensino superior da América Latina. E o ano de 2017 ainda registrou o aumento no número de brasileiros das classes C e D que concluíram o curso superior.
Edição: Brasil de Fato