Este ano o salário mínimo aumentou apenas 17 reais. O valor passou de R$ 937 para R$ 954 – o menor aumento dos últimos 24 anos, diga-se de passagem. Um belo presente de Ano-Novo, hein?!
O presidente golpista Michel Temer justifica que cumpriu a legislação, mas o que ele não diz é que poderia dar um aumento maior se quisesse. É que o espírito da lei é justamente a valorização do salário mínimo.
O Congresso Nacional havia aprovado o orçamento com um valor um pouquinho maior. Mas o governo Temer resolveu baixar ainda mais. Vejam só: num contexto em que os bens de consumo se tornam cada dia mais caros e inacessíveis especialmente para a população de baixa renda, o governo impõe ao trabalhador um aumento que mal faz diferença.
Para se ter uma ideia, segundo os cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas seria de mais de R$ 3,7 mil. Um valor bem distante da realidade que o trabalhador brasileiro tem que enfrentar mês a mês.
Temer diz – e a grande mídia reforça o sermão – que o país estaria sem dinheiro e precisando reduzir custos, mas, ao mesmo tempo, o governo continua patrocinando barganhas para negociar votos no Congresso e aprovar medidas que retiram mais direitos dos trabalhadores. Ou seja, o que falta para promover um aumento real e mais justo no salário mínimo é vontade política.
Vale reforçar que o valor do salário mínimo é algo que diz respeito à dignidade do trabalhador e também à economia do país, porque é ele que tem a capacidade de gerar – ou não – um círculo virtuoso de consumo e de renda. No final das contas, a situação atual é esta: o gás de cozinha está mais caro, a conta de luz também, mas o bolso continua sem dar conta das nossas necessidades.
Edição: Camila Maciel