Coluna

Julgamento do recurso de Lula será um teste para o Brasil

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Ex-presidente Lula em Ato com artistas e intelectuais em São Paulo no último dia 18
Ex-presidente Lula em Ato com artistas e intelectuais em São Paulo no último dia 18 - Ricardo Stuckert
No próximo dia 24 o Brasil vai parar para acompanhar o julgamento de Lula

As edições dos jornalões deste domingo (21) dedicaram páginas e páginas sobre o recurso da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva a ser julgado por três desembargadores em Porto Alegre e que desperta também a atenção nos mais diversos países. Lula, sem sombra de dúvida, é o político brasileiro mais conhecido e respeitado nos mais amplos setores desses países, como comprovam as figuras que assinaram o abaixo assinado afirmando que “eleição sem Lula é farsa”.

É diferente, por exemplo, de Michel Temer, que vai a Davos com alguns integrantes do seu ministério para contar lorotas do tipo que a economia brasileira está se recuperando etc e tal. A mesma cantilena apresentada diariamente pela mídia comercial com objetivo de sempre, ou seja, o de enganar os incautos.

Temer vai a Davos para também demonstrar ao mercado que o Brasil está aberto para os investidores estrangeiros, que terão o máximo de facilidades para lucrar. Como se não bastasse, Temer, conhecido como o presidente ilegítimo lesa-pátria dirá também que as riquezas  brasileiras do tipo encontrado no pré-sal estão ao inteiro dispor de quem quiser.

Esse é o papel que vem sendo desempenhado pela patota que assumiu de forma ilegítima o governo brasileiro em 2016 e está se empenhando ao extremo para continuar de qualquer forma comandando o bote, sempre com a colaboração da mídia comercial, que insiste em apresentar as verdades de interesse do capital financeiro.

O Brasil vive um pesadelo e cujo enredo golpista e antinacional começa a ser melhor percebido pela opinião pública, que já deixa de sentir como antes os efeitos da anestesia, que iludiu inicialmente leitores e telespectadores manipulados pelos espaços midiáticos conservadores.

Como já se percebe a redução no número dos que se deixam iludir por mentiras e manipulações grosseiras, os aliados do lesa pátria Temer começam a pensar na eleição de outubro de 2018 e que se continuarem a apoiar integralmente o que quer o atual governo podem se arriscar a perder a oportunidade de se reelegerem e com isso seguirem com o fórum privilegiado.

Ao que tudo indica, mesmo que Temer faça de tudo e muito mais para aprovar a contra reforma da Previdência, tal base aliada começa a pensar que se votarem como o governo quer,  com o claro objetivo de atender os defensores da privatização da Previdência,  podem perder o cargo que ocupam tanto na Câmara dos Deputados e Senado.

Mas até 7 de outubro muita água vai rolar debaixo da ponte e ainda muitas mentiras serão divulgadas para convencer os incautos. Nesse sentido, é visível a preocupação com a possibilidade da candidatura Lula se consolidar diante dos eleitores e até mesmo vencer em um primeiro turno, como já indicam as pesquisas.

O próximo dia 24, esta quarta-feira, o Brasil vai parar para acompanhar o julgamento do recurso, um julgamento que nem deveria acontecer, porque a condenação em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro ocorreu de forma absolutamente irregular. O juiz condenou um réu absolutamente sem comprovação, portanto a decisão teria de ser anulada. Mas como o endeusado pela mídia comercial juiz Sérgio Moro tem feito o que bem entende, o seu veredicto foi aceito e agora vai ser submetido a um recurso.

Na verdade, se o Brasil estivesse atravessando um período de normalidade democrática, a condenação de Lula a nove anos e meio não teria ocorrido.

Só resta aos defensores dos valores democráticos se mobilizarem para evitar que o que venha a ser decidido no recurso siga os mesmos parâmetros do julgamento anterior em Curitiba. Até porque, condenar alguém por não ter cometido o crime alegado, como acontece no caso  de Lula é o mesmo que condenar por assassinato sem o réu ter matado alguém.

Não deixa de ser o retrato de um momento que vive o país a partir do golpe parlamentar, midiático e judicial ocorrido em 2016. Para evitar a continuidade desse estado de coisas é necessário tornar público o que está acontecendo.

Em tempo

Segue mais um capítulo da novela da posse da deputada Cristiane Brasil no cargo de Ministra do Trabalho. O lesa pátria Michel Temer imaginava que a decisão do Superior Tribunal de Justiça seria definitivo em favor posse da filha de Roberto Jeferson, mas os juízes trabalhistas decidiram entrar com um novo recurso, desta vez no Supremo Tribunal Federal (STF). Resta, portanto, aguardar a decisão. De qualquer forma, a insistência do governo no nome de Cristiane Brasil é sintomática, ou seja, que é ilegítimo obter de qualquer forma o apoio do PTB a contra reforma da Previdência.

Em suma, assim caminha o governo Temer, ou seja, o episódio é um retrato fiel do debacle dos golpistas, debacle este que leva o Brasil para o buraco.

Edição: Brasil de Fato RJ