“Aqui, em Porto Alegre, não vamos julgar [o ex-presidente] Lula, quem será julgado é o Poder Judiciário. Ele terá que dizer para o povo brasileiro se vai continuar seguindo a Constituição e os trâmites da lei ou vai, seguir a Globo e dar sentenças de acordo com a vontade da burguesia brasileira”. A declaração foi dada pelo integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22).
As declarações foram concedidas no acampamento em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato. Na instalação, será realizada uma série de atividades, como saraus, debates e grupos de discussão. O local fica a apenas 500 metros do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), onde será realizado o julgamento do ex-presidente no dia 24 de janeiro.
O coordenador informou ainda que diversas caravanas devem chegar a Porto Alegre (RS), vindas dos estados de Santa Catarina e do Paraná; além de grupos de movimentos populares urbanos. Ambos devem chegar nesta terça-feira (23). A estimativa é que cerca de 30 mil pessoas estejam na capital gaúcha até quarta-feira (24).
Stedile disse que, independentemente do resultado, Lula será o candidato pelo PT para concorrer às eleições deste ano: “O tema será resolvido politicamente, e não pelos autos do processo”.
O líder popular lembrou ainda que Lula sempre foi atacado pelas grandes empresas de comunicação que estimularam discursos, como o de que Lula seria dono da empresa JBS, cujos reais proprietários são os irmãos Joesley e Wesley Mendonça Batista.
Edição: Vanessa Martina Silva