América do Sul

Agora partido, Farc lança primeira campanha eleitoral na Colômbia

Ex-guerrilheiros anunciaram 23 candidaturas ao Senado e 51 à Câmara

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Líder do partido, Rodrigo Timochenko concorrerá à presidência
Líder do partido, Rodrigo Timochenko concorrerá à presidência - Yenny Muñoa/CubaMINREX/Fotos Públicas

A Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) realizou neste sábado (27), em Bogotá, o lançamento de seus candidatos para as eleições legislativas e presidenciais que ocorrerão, respectivamente, em março e maio de 2018.

O partido lançará 23 candidaturas ao Senado e 51 à Câmara. Além disso, o líder da Farc, Rodrigo “Timochenko” Londoño, foi apresentado como candidato à presidência do país. Outros membros da ex-guerrilha que anunciaram a participação nas eleições são Iván Marquez e Pablo Catatumbo. Em 2016, Timochenko deu uma entrevista exclusiva a Opera Mundi, em que falou sobre o futuro da Colômbia e sobre o acordo de paz. 

“Que a voz dos mais pobres, milhões e milhões que nunca foram levados em conta, possa ser ouvida, e que eles possam decidir seu futuro”, afirmou Timochenko, durante o lançamento da campanha. O líder prometeu também dirigir um “governo de transição para promover o nascimento de uma nova Colômbia”.

Entre as principais medidas do programa eleitoral anunciado pelas Farc, estão a criação de um sistema de renda básica para a população mais pobre do país, a gratuidade das universidades, maior cobertura médica, construção de estradas e aumento do financiamento para pesquisas científicas.

Acordo de paz

Em julho de 2017, as então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia anunciaram que iriam se transformar em um partido político, segundo determinação tomada pelo Plenário do Estado Maior da guerrilha.

A transição só foi possível após uma intensa negociação entre os dirigentes da cúpula das FARC e o governo colombiano, que em 2016 assinaram um acordo de paz, colocando fim a um conflito armado que já perdurava por 52 anos.

A apresentação formal como partido político aconteceu em setembro de 2017, quando, entre outras deliberações, o grupo decidiu por manter sua sigla. O acordo de paz assinado em 2016 garante que os ex-guerrilheiros tenham ao menos 10 cadeiras no Congresso, independentemente do resultado das eleições.

Edição: Opera Mundi