O ex-presidente do Equador Rafael Correa teve seu carro atacado e ficou temporariamente detido dentro da Rádio Magia, onde concedia uma entrevista na manhã desta quarta-feira (31).
O incidente ocorreu na cidade de Qunindé, estado de Esmeralda, no norte do Equador. O carro de Correa foi pintado, coberto de lixo e a rádio teve janelas pichadas. A caravana do ex-mandatário foi liberada horas depois.
Aquí están los que promueven en SI en #Quinindé, gente violenta que quiere imponer por la fuerza una consulta ilegal con camisetas de Moreno. Rechazamos el Estado de anarquía y violencia que vivimos. Estos no son los verdaderos ciudadanos quinindeños #NoALaViolenciaMoreno pic.twitter.com/Vqf9dp4pMK — Paola Cabezas C ® (@PaolaCabezasC) 31 de janeiro de 2018
Em suas redes sociais, Correa acusou as autoridades estaduais pela agressão: "Os cabeças estão claramente identificados, são funcionários departamentais do município de Quinindé. Seus guarda-costas estão armados", escreveu em sua conta no Twitter.
Ojalá no quede todo, como de costumbre, en la impunidad. Los cabecillas están claramente identificados. Son directores departamentales del Municipio de Quinindé. Sus guardaespaldas están armados. https://t.co/VB8xqgVLwi — Rafael Correa (@MashiRafael) 31 de janeiro de 2018
Em uma entrevista ao canal multiestatal TeleSUR, Correa falou sobre os ataques. "Eram entre 30 e 40 pessoas muito violentas que nos atacaram com paus, ovos, tomates e bombas de gás lacrimogênio", relatou.
"O governo [do presidente] Lenín Moreno é igualmente responsável, já que empreendeu contra mim uma campanha de difamação e calúnia, em cumplicidade com os meios de comunicação", disse ainda o ex-presidente equatoriano.
Depois que conseguiu sair da rádio, por volta das 16h10 (hora de Brasília), ele e sua equipe comemoraram: "Já saímos da rádio. Graças a Deus, tudo bem. Apesar de que esses bandidos, escondidos entre as pessoas, mas que já foram identificados, puderam fazer muitos danos", escreveu no Twitter.
Ya salimos de la radio. Gracias a Dios, todo bien, pero estos matones escondidos en la turba, aunque perfectamente identificados, pudieron hacer mucho daño.
Les envío una foto de parte de la gente que estaba conmigo en Radio Magia: mujeres embarazadas, niños, etc. pic.twitter.com/RGwHw96UhD — Rafael Correa (@MashiRafael) 31 de janeiro de 2018
Após o ocorrido, a vice-presidenta do país, María Alejandra Vicuña, comentou a ação: “rechaçamos toda forma de violência, venha de onde venha. Mas ainda se se pretende manchar um processo democrático como é a consulta popular. Assim não construímos cidadania”.
¡Rechazamos toda forma de violencia venga de donde venga!
Más aún si pretende empañar un proceso democrático como es la #ConsultaPopular.
¡Así no construimos ciudadanía!
La única batalla posible que debemos librar en el Ecuador es la de las IDEAS — Ma. Alejandra Vicuña (@marialevicuna) 31 de janeiro de 2018
Consulta Popular
Rafael Correa estava em Qunindé em meio a uma campanha em razão da consulta popular, que será realizada dia 4 de fevereiro, no Equador, para saber se a população aceita ou não mudar alguns artigos da Constituição.
O ex-presidente é contra as mudanças e pede para as pessoas votarem "Não". Já o governo de Lenín Moreno, faz campanha para o "Sim".
Moreno chegou à presidência apoiado por Correa e pelo partido Aliança País (AP). Após desacordos na condução política do Equador, Correa anunciou sua desfiliação do AP e, em breve, deverá anunciar a formação da nova sigla partidária movimento Revolução Cidadã.
O referendo deste sábado (4) contém sete perguntas sobre temas como: corrupção; proibição da reeleição; reestruturação do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social; proteção de crianças e adolescentes para não haver prescrição dos crimes contra eles e a proibição da mineração de metais pesados e restrição das áreas de exploração petroleira.
Edição: Vanessa Martina Silva