Paraná

PR: Retorno dos trabalhos na ALEP é marcado por protesto de servidores da educação

A palavra de ordem "Fora Beto Richa" predominou na manifestação, organizada pela APP Sindicato

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Para Hermes Leão, presidente da APP, as medidas do governador Beto Richa (PSDB) são “totalitárias” e dignas de um “estado de exceção”
Para Hermes Leão, presidente da APP, as medidas do governador Beto Richa (PSDB) são “totalitárias” e dignas de um “estado de exceção” - APP Sindicato

Um protesto em defesa da educação pública marcou o início dos trabalhos de 2018 na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta segunda-feira (5). A mobilização começou ocorreu em frente à Alep, às 12h30, organizada pela Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) com parte do calendário de lutas aprovado pela categoria. “Esse é um ato com o objetivo de denunciar as ilegalidades que o governador Beto Richa vem cometendo na educação do Paraná. Medidas que administrativamente vem precarizando o dia a dia de nossas escolas”, apontou o professor Hermes Leão, presidente da APP.

Segundo o dirigente sindical, os educadores tem uma pauta extensa, com mais de 50 itens, porém o ato foi focado em alguns pontos centrais para a categoria: o congelamento dos salários desde 2016; a redução salarial dos professores temporários (PSS); contra a redução da jornada de hora atividade e ataques às licenças na distribuição de aulas; contra redução de turmas e fechamento de escolas; em apoio ao projeto de lei de retirada de faltas consignadas ilegalmente pelo governo estadual; e contra a Lei da Mordaça.

Hermes classificou as medidas do governador Beto Richa (PSDB) como “totalitárias” e dignas de um “estado de exceção”. Ele ressaltou a falta de palavra do governador em relação a questão envolvendo os professores PPS. “O governador está punindo aquele servidor que já tem os mais baixos salários do serviço público do Estado”, apontou.

“É um absurdo mexer com a jornada dos pedagogos e pedagogas, penalizando esses profissionais. É um absurdo reduzir o salário dos PSS. Isso é uma crueldade contra os professores, contra os servidores da educação”, comentou o deputado Professor Lemos (PT), presente na mobilização junto com os colegas Péricles de Mello (PT), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PT).

Em estado de greve, professores e funcionários das escolas do Paraná já estão há dois anos sem reajuste e não terão a reposição da inflação em 2018, como anunciado semana passada pelo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. “Mesmo a receita do Estado crescendo 6% em 2017, o secretário anunciou que novamente o funcionalismo não terá reajuste. Ele [Mauro Ricardo] falou que os trabalhadores da educação já recebem bem, mas porque não menciona os privilégios dos cargos de alto escalão, dos comissionados?”, questionou Hermes Leão.

Prato vazio

Logo após a mobilização em frente à Alep, servidores da educação ocuparam as galerias da Assembleia para acompanhar a primeira sessão do ano e cobrar maior fiscalização dos deputados em relação as ações do governador Beto Richa, especialmente na apuração das denúncias da Operação Quadro Negro, que investiga desvios de recursos na construção de escolas.

Ao fazer a abertura da sessão, o secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, fez um balanço de 2017 e afirmou que “a educação era uma prioridade do governo”. A afirmação causou reação no funcionalismo público, que passou a vaiar o homem de confiança do governador e entoar o coro de “fora Beto Richa”, provocando a intervenção imediata do presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB).

Convidados a se retirar da Casa do Povo, os servidores fizeram uma caminhada simbólica da Alep até as portas do Palácio Iguaçu, com pratos vazios em mãos, que foram deixados na entrada da sede do governo, simbolizando a redução de salários dos professores contratados por Processo Seletivo Simplificado (PSS) e congelamento de dois anos de salários do conjunto do funcionalismo. 

Edição: Ednubia Ghisi