Gastos públicos para a preservação da democracia são necessários
A questão do voto impresso volta à tona depois que a procuradora geral da República, Raquel Dodge, que como a ministra Carmen Lúcia joga para a plateia, está movendo uma ação alegando que a impressão representa risco “à confiabilidade do sistema eleitoral” etc e tal. A questão foi encaminhada para o Supremo Tribunal Federal e agora está nas mãos do ministro Gilmar Mendes, que, por sinal, já tinha questionado o projeto com a alegação de que “custa muito caro aos cofres públicos”.
Tanto Dodge como Mendes preferem ignorar o conceito das urnas brasileiras, que foram rejeitadas em vários países, como o Paraguai, por exemplo, por fala de confiabilidade. Vale assinalar também que essas urnas foram utilizadas em Honduras recentemente, onde a eleição presidencial está sendo acusada de ter sido fraudada.
Não é de hoje que a falta do voto impresso vem sendo questionada, tendo o então governador Leonel Brizola sido o primeiro político a colocar a necessidade dessa impressão, que é fator de credibilidade do processo. Especialistas na matéria afirmam que é uma garantia contra a manipulação do resultado. Com a dupla Raquel Dodge e Gilmar Mendes poderá ocorrer a rejeição do método, considerado a única forma de tornar o resultado das urnas mais confiável.
Nos dias de hoje, quando se aproxima mais uma eleição presidencial, a negativa do voto impresso representará mais uma vez motivo de dúvida sobre o resultado da consulta. Ainda mais pelo fato de os que assumiram o governo brasileiro indevidamente temem um resultado adverso e podem fazer o possível para conseguir que o candidato de preferência da patota Temer vença. Nesse sentido, a falta da possibilidade de conferência do voto que significa a sua impressão é realmente um fator de grande desconfiança, que Raquel Doge não leva em conta.
Vale assinalar também que o voto impresso pode também evitar algum tipo de fraude na eleição para o Congresso e, claro, para os governos de Estado e Assembleias Legislativas. Já ocorreram várias denúncias sobre fraudes não só na votação para o Congresso como para o poder legislativo estadual.
Se a impressão do voto, embora já aprovado e em andamento, vier a ser rejeitado na instância máxima da justiça brasileira, representará outro retrocesso para o país e mais uma vez os resultados serão questionados. É mais do que necessário, portanto, o voto impresso e gastos públicos para a preservação da democracia são necessários, não representando nenhum desgaste. Exatamente o contrário do posicionamento de Gilmar Mendes.
É preciso, portanto, acompanhar o desfecho do resultado da ação de Raquel Dodge, pois de alguma forma será um sinal, positivo ou negativo, sobre o processo eleitoral de 7 de outubro próximo.
Na verdade, tudo isso de alguma forma demonstra que os responsáveis pelo projeto atual movido pelo lesa pátria Michel Temer temem o resultado das urnas e não se contentam com o impedimento de um candidato à presidência que segue na frente das pesquisas como Luíz Inácio Lula da Silva, que desde sempre questiona o projeto que vem sendo executado. Para eles, é fundamental que o Brasil continue levando adiante a tal “ponte para o futuro”, que, como se sabe, faz o país andar para trás. Se o voto impresso representa fator de instabilidade para os responsáveis pelo atual projeto em execução, nada melhor que seja rejeitado o quanto antes.
Edição: Brasil de Fato RJ