Dois dos três desembargadores do TRF-4 que condenaram o ex-presidente Lula sem provas no caso do triplex do Guarujá também recebem auxílio-moradia, mesmo possuindo imóvel na cidade em que residem, Porto Alegre. Assim como o juiz federal Sérgio Moro, Leandro Paulsen, revisor da sentença contra Lula, e Victor Laus, recebem R$ $ 4.378.
Segundo informações divulgadas pela Folha de S. Paulo neste domingo (11), em 2014, Laus comprou por R$ 255 mil um apartamento no Moinhos de Vento, bairro nobre na região central. Em dezembro de 2017, rendimento bruto do magistrado era de cerca de R$ 106 mil, somados benefícios e gratificações. Seu salário-base foi de cerca de R$ 30,5 mil.
Já Leandro Paulsen adquiriu um apartamento por R$ 432 mil em 2009. O magistrado investiu R$ 50 mil de recursos próprios e financiou outros R$ 382 mil com a Caixa Econômica Federal, a ser pagos em até 360 meses (30 anos). O imóvel fica no bairro nobre Três Figueiras.
Em dezembro de 2017, Paulsen teve rendimento bruto de cerca de R$ 47,4 mil, contados os R$ 4.378 do auxílio-moradia. Seu salário-base é igual ao de Laus: aproximadamente R$ 30,5 mil.
Relator da Lava Jato na corte regional, João Pedro Gebran Neto, natural de Curitiba, não possui imóvel próprio em Porto Alegre. Ele também recebe auxílio-moradia.
Os três começaram a fazer uso do benefício em outubro de 2014, um mês depois de decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, que estendeu o auxílio a todos os juízes, mesmo os que já tinham imóvel próprio.
Dos 494 magistrados da 4ª Região, que compreende os três Estados do Sul, só 74, ou 15%, não ganham auxílio-moradia. O gasto mensal com o benefício chega a R$ 1,84 milhão. Em 2017, o gasto anual foi de R$ 21,4 milhões. Desde a liminar de 2014, o auxílio-moradia aos magistrados da 4ª Região já custou R$ 71,3 milhões.
Edição: Brasil 247