O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, renunciou ao cargo na noite desta quarta-feira (14/08), mesmo após ter dado uma entrevista, mais cedo, em que negou que o faria. Ele sofria pressão de seu partido, o ANC (Congresso Nacional Africano), que exigia sua saída do posto máximo do país.
“Devo aceitar que, se meu partido e meus compatriotas desejam que eu seja removido do cargo, eles devem exercer este direito e fazê-lo da maneira prescrita na Constituição. Não tenho medo de moção de desconfiança ou impeachment”, disse, em pronunciamento na TV. O mandato de Zuma iria até 2019.
Zuma é acusado de participar de diversos esquemas de corrupção, depois que o vice-presidente Cyril Ramaphosa assumiu o comando do ANC, no final do ano passado, a pressão para a saída do presidente aumentou.
Segundo as leis sul-africanas, o presidente é escolhido pelo parlamento. Como o ANC tem maioria, Ramaphosa, que já está como presidente interino, deve ser efetivado no cargo.
Pressão
O ANC havia dado 48 horas, a contar da última segunda-feira (12/02), para que Zuma renunciasse. O prazo acabaria à meia-noite de hoje (20h em Brasília). Em entrevista à rede SABC, no entanto, o agora ex-presidente disse que não renunciaria por considerar que o partido não havia apresentado razões para tal.
“Não desafiei o partido e, como você deve saber, há muitas coisas acontecendo e coisas ditas que não tive a oportunidade de dizer, parcialmente porque eu acredito que deve se lidar com as coisas de uma maneira particular, ao invés de levar a vocês da mídia”, havia dito.
Assim, o ANC ameaçou Zuma com uma moção de desconfiança, que o obrigaria a deixar o cargo.
Esta não é a primeira remoção de um mandatário desde que o ANC chegou ao poder com o fim do apartheid, em 1994. Em 2008, após ser eleito líder do partido, o próprio Zuma participou das manobras para forçar a renúncia do então presidente Thabo Mbeki.
Edição: Opera Mundi