As fundações Perseu Abramo, Lauro Campos, Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, João Mangabeira e Maurício Grabois, todas fundadas por partidos políticos da oposição, lançaram, na Câmara Federal, um manifesto pela reconstrução do Brasil na tarde desta terça-feira (20).
A iniciativa trata de uma plataforma conjunta articulada pelas legendas PT, PCdoB, Psol, PDT e PSB. A ideia é que as siglas assumam compromissos comuns relacionados ao futuro do país, independentemente de quem sair vitorioso na eleição de 2018, como apontou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann.
"É uma proposta programática pro Brasil, um grande esforço, uma obra coletiva que é um ponto de partida, não de chegada, mostrando a maturidade a que nós chegamos neste momento", afirmou.
Entre os pontos trazidos no manifesto, os partidos destacam, além da restauração da democracia: a redução das desigualdades sociais, a proteção do meio ambiente, e o fortalecimento da educação e das políticas públicas de caráter social.
O presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, ressaltou que as cinco legendas mantêm divergências entre si, em especial no que se refere à pauta econômica, mas consideram que a reconstrução do país é uma bandeira soberana diante das diferenças partidárias.
"Nós estamos vivendo o final de um ciclo e o início de um novo ciclo. A presença de uma esquerda forte, com nível razoável de unidade política em torno da defesa dos direitos é fundamental", defendeu.
A luta pela igualdade de gênero também é um dos pontos do documento. A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou a importância do combate ao machismo por meio de ações estatais mais efetivas.
"Nós precisamos garantir políticas públicas que emancipem as mulheres e coloquem elas num patamar de maior resistência, de autonomia financeira, de afirmação do seu próprio caminho, do seu espaço público, e isso só se dá quando se tem uma agenda política voltada pra isso", reforçou.
Para a cartilha econômica, o manifesto traz, por exemplo, medidas como a retomada do crescimento e a defesa da soberania nacional e do patrimônio público. Nessa última pauta, o documento enfatiza a importância do combate às privatizações, com destaque para a defesa da Petrobras e da Eletrobras.
O economista Márcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo, salienta que a iniciativa de produzir um manifesto conjunto é inédita entre as fundações desde a ditadura militar. Ele acrescenta que, apesar de os partidos terem plena autonomia, a ideia é que eles deem sequência às propostas.
"É um trabalho que não se limita às eleições de 2018 porque visa justamente oferecer uma visão estratégica do Brasil no médio e longo prazos", completou.
A agenda trazida pelo manifesto foi debatida entre as diferentes organizações durante seis meses.
Edição: Mauro Ramos