A reforma da Previdência foi sufocada pela luta popular. Os protestos que se deram pelo país ao longo de mais de um ano surtiram efeito e fizeram com que o governo voltasse atrás, a ponto de lançar mão de uma intervenção militar no Rio de Janeiro para, nada mais nada menos, do que ofuscar a derrota que sofreu das massas.
Submetido a um constrangimento nacional, Michel Temer, o presidente sem voto, sem legitimidade e sem popularidade, faz de conta que trata a segurança pública como agenda prioritária, quando, na verdade, continua acuado e sem apoio dentro da sua própria base no Congresso pra colocar a matéria em votação.
E o resultado é o que se viu esta semana: diante da impossibilidade de aprovar emendas constitucionais durante uma intervenção militar, restou ao governo anunciar que a polêmica reforma está tirando o time de campo.
Diante disso, fica a previsão de que a matéria será empurrada para o próximo governo. Mas, atenção: os lobos continuam com sede e ainda há setores que defendem a votação da reforma por meio de um projeto de lei, o que permitiria alterações mais superficiais na Previdência.
E tem ainda aqueles que defendem a votação após as eleições de outubro. Portanto, a luta popular tem seu mérito, mas é preciso continuar atento, afinal, em tempos de golpe, não se pode cochilar.
Edição: Anelize Moreira