A comerciante Monyca Sanches quer conhecer os planos de governo para escolher o próximo presidente
A pouco mais de sete meses para as eleições presidenciais de 2018, o tema é assunto frequente em rodas de conversa. Após o golpe parlamentar promovido por setores do Judiciário e da grande mídia que retirou Dilma Rousseff (PT) do poder, a próxima eleição para presidente aparece como a chance para pôr fim à escalada de retirada de direitos sociais instaurada por Michel Temer (MDB) e sua base aliada.
Até o momento, há 19 pré-candidatos para concorrer ao pleito. No campo progressista, em janeiro, o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou o nome de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a deputada federal Manuela D'Ávila também apresentou sua pré-candidatura.
Já no campo conservador e da extrema-direita, figuram políticos como o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC), Jair Bolsonaro (PSC) e o tucano Geraldo Alckmin. Outros nomes também são cogitados, como a possível candidatura de Guilherme Boulos pelo Psol e Ciro Gomes pelo PDT; além de personalidades como o apresentador de TV e empresário Luciano Huck.
No quadro Falaí, a comerciante Monyca Sanches, 52 anos, questionou a demora na definição dos candidatos para as eleições de 2018, o que, segundo ela, dificulta a discussão de propostas.
"Gostaria de saber quais são os possíveis candidatos à Presidência da República e quando será dada essa definição. Porque nós já estamos no final de fevereiro, as eleições são em outubro e ainda não temos nenhum candidato certo, não sabemos o plano de governo de nenhum. Alguns pequenos [candidatos] já lançaram planos, mas a população está sem rumo, sem tempo para estudar."
Para responder, o Brasil de Fato conversou com Diva Braga, coordenadora da Frente Brasil Popular (FBP) em Pernambuco e integrante da Direção Nacional da organização política Consulta Popular. Confira a explicação de Braga:
"Oi Monyca, eu sou Diva Braga, da Consulta Popular e da Frente Brasil Popular. Os partidos têm até o dia 15 de agosto para apresentar suas candidaturas, mas o debate eleitoral já está nas ruas e é em torno disso que todas as movimentações políticas giram neste período.
O importante é percebermos que estamos vivendo uma conjuntura de exceção, desde o impeachment da presidenta Dilma, passando pela escalada de retirada de direitos, até a última cartada que foi a intervenção militar no Rio de Janeiro, em um processo de consolidação e aprofundamento do golpe pelo convencimento, mas também pela força.
Os setores conservadores precisam das eleições para legitimar todo esse processo. Mas, até agora, não conseguiram se unificar em torno de uma candidatura única. Por outro lado, a esquerda e os setores populares têm uma candidatura fortíssima no meio do povo e dos trabalhadores, que o 'partido' da Lava Jato e da Rede Globo trabalha incessantemente para impedir. Portanto, o papel do povo hoje é garantir que as eleições de 2018 sejam livres e com a participação do candidato Lula."
Edição: Camila Maciel