A segurança pública é a bola da vez no jogo da política. O governo federal, chefiado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB), lança mão de uma intervenção militar no estado do Rio de Janeiro, cria um ministério da Segurança Pública e investe em discursos punitivistas inflamados.
Enquanto isso, no Legislativo, parlamentares conservadores, em especial os da chamada "bancada da bala", se articulam no Congresso para emplacar projetos de lei que pedem o aumento de penas para a prática de crimes, ou seja, propostas baseadas na lógica do encarceramento, que já provou por "A + B" que não funciona para resolver o problema da violência no país.
Do outro lado, a oposição rema contra a maré para agilizar projetos que trazem uma visão mais estratégica para lidar com a questão, como, por exemplo, a descriminalização da maconha, a reforma e a valorização das polícias e a universalização do acesso à educação nas prisões.
Diante de uma crise complexa na segurança pública, é preciso buscar esse tipo de mudança mais profunda, que atua na raiz do problema. Mas a disputa não é fácil. As medidas adotadas pelo governo têm o apoio da mídia tradicional, que diariamente alimenta o discurso conservador de combate à violência com ações punitivistas.
É preciso ressaltar que essas iniciativas extravagantes são, nada mais nada menos, do que cosméticos para maquiar os problemas verdadeiramente complexos que dizem respeito à violência. Mais que isso, são medidas que reforçam a luta por capital eleitoral. Cabe agora ao povo dizer "não" a esse tipo de política e batalhar por uma solução mais democrática e cidadã para o problema da violência.
Edição: Anelize Moreira