O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e o empresário Flávio Rocha estiveram em Natal nessa segunda-feira (05), para participar do Seminário Motores do Desenvolvimento do RN, promovido pela FIERN, Tribuna do Norte, Fecomercio, dentre outras instituições do estado. O evento aconteceu em hotel e teve como ponto central debater a política de negócios no contexto da crise financeira. O que não esperavam era uma recepção tão calorosa organizada por diversas organizações políticas, sindicatos e movimentos sociais, que traziam faixas com os dizeres “Henrique Meirelles: Golpista, defende o fim da sua aposentadoria” e “Flávio Rocha: inimigo da classe trabalhadora e babão dos empresários”, além disso os manifestantes bloquearam a entrada do hotel, paralisaram o trânsito numa das principais vias de Natal e apresentaram a ação como “escracho contra os golpistas”.
Henrique Meirelles é um dos principais defensores da reforma da previdência social no Brasil, o ministro da Fazenda vem pressionando a aprovação da reforma desde 2017, quando a mesma já apontava não ter total aceitação pela Câmara dos Deputados. Para Arthur Carvalho, militante do Levante Popular da Juventude, “o escracho tem como um dos objetivos principais denunciar o ministro Meirelles pelo pacote de cortes e retiradas de direitos que ele vem implementando no Brasil desde que se começou o processo de golpe de Estado conta a presidenta Dilma Rousseff, além de denunciar também para o povo do Rio Grande do Norte que Flávio Rocha, presidente do grupo Riachuelo e dono da fábrica Guararapes, não está do lado do povo, mas representa e defende os empresários, e foi um dos principais nomes na defesa da reforma trabalhista”.
“Estamos tentando expor para a sociedade que somos contrários a essa política econômica que vem dando sustentação e esse governo e suas reformas, pois são grandes defensores do estado mínimo, e nessa concepção diminuindo o investimento em áreas sociais e ampliando os investimentos para o setor privado e financeiro como a reforma da previdência que serve aos bancos privados. E o Flávio Rocha representa hoje uma articulação do setor empresarial que defende esse modelo, além de construir uma possível candidatura política que vai de encontro com o projeto da classe trabalhadora” comenta Irailson Nunes, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Natal (Sindmetal).
Eliane Bandeira, presidenta da CUT RN, avalia a ação como “necessária na disputa das ideias no Estado em que vivemos, demarcado por famílias políticas aliadas as empresas e aos financiamentos dos bancos privados. É de extrema importância demarcar que não iremos nos silenciar frente ao golpes e seus retrocessos e nem aos ataques á democracia, por isso nenhum golpista deve ser esquecido, mas denunciado como inimigo da classe trabalhadora”.
Edição: Monyse Ravenna