As ruas da capital de São Paulo foram mais uma vez ocupadas por centenas de mulheres ne 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. Na avenida Paulista, região central, cerca de 15 mil participaram da marcha que, neste ano, pautou a defesa da democracia, da soberania nacional, da reforma agrária e se posicionou contra a proposta de reforma da Previdência.
A concentração aconteceu em frente ao Shopping Paulista por volta das 16h. Às 18h, as manifestantes partiram em marcha pela avenida.
Diversos partidos, sindicatos, organizações, entidades e movimentos populares e estudantis participaram da ação, bem como organizações de mulheres, entre elas, a Marcha Mundial de Mulheres, a Marcha das Mulheres Negras e a Marcha das Margaridas.
A primeira parada próximo ao metrô Trianon, em frente a uma das lojas da varejista Marisa. Lá elas denunciaram o trabalho escravo e repudiaram o posicionamento empresa, que apoiou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
A marcha também reuniu diversas mulheres que não participam de organizações políticas. Uma delas é Ana Fediczko, que fez questão de levar as filhas para marcharem juntas. "A gente tem que educar essa geração pra fazer a diferença. Sou chamada de louca por trazê-las, mas acho que tenho que ensiná- las a lutar", disse.
Cantora e feminista, Negra San também saiu às ruas neste 8 de março para denunciar os retrocessos sociais promovidos pelo governo golpista de Michel Temer (MDB). "Perdi o emprego depois do golpe contra Dilma e não consegui mais trabalho desde então. A dificuldade está em em ser negra e mãe também", criticou.
As questões raciais também foi um dos motivos que levou a historiadora Giselle dos Anjos às ruas nesta quinta-feira. "As políticas conservadoras impactam na vida de todos os brasileiros, ainda mais nos grupos historicamente marginalizados, como as mulheres e os negros".
Caracterizada de Frida Khalo, a estudante Raianny Martins também este presente denunciando o feminicídio no país. "Estou aqui para que elas parem de morrer todos os dias pelo simples fato de serem mulheres", lamentou.
De forma pacífica, a manifestação em São Paulo terminou por volta das 20h em frente ao prédio da Presidência da República.
*Colaboração de Camila Salmazio.
Edição: Simone Freire