Maia se apresentar como de centro, algo absurdo por quem o conhece
O deputado Rodrigo Maia, que se lança candidato à presidência pelo partido Democrata (DEM), que sempre apoiou o golpista Michel Temer, inclusive sendo um dos principais responsáveis pela jogada da Câmara dos Deputados de impedir por duas vezes que o presidente fosse investigado pelo Supremo Tribunal Federal, agora se apresenta como opositor do mandatário.
Se Rodrigo Maia está tentando subir pelo menos para dois dígitos nas pesquisas de opinião pública, não pode deixar para trás o apoio incondicional dele e de seu partido ao impeachment confirmado pelo Senado. Por mais que se apresente como opositor de Temer vai ser muito difícil convencer até mesmo setores das camadas médias que se deixam iludir facilmente.
E ainda por cima, Maia tenta se apresentar como de centro no espectro político, algo considerado absurdo por quem conhece minimamente os conceitos políticos. Na verdade, Rodrigo Maia, associado a figuras como Antonio Carlos Magalhães Neto, que se tornou presidente do DEM, por mais que queira a dupla não pode deixar de lado o que sempre apoiou em matéria de projetos que levam o Brasil a andar para trás.
Maia é apoiador incondicional da famigerada reforma da Previdência, que o governo deixou de lado e passou a privilegiar a intervenção federal-militar na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro. O presidente da Câmara dos Deputados também nunca escondeu a sua atuação militante em defesa de contrarreformas, como a trabalhista e a tal denominada “ponte para o futuro”, na verdade um tremendo mergulho para o passado.
Por estas e muitas outras, vale acompanhar a “campanha eleitoral” de Rodrigo Maia, que poderá durar algumas semanas. A partir do momento em que se tornem públicas as novas pesquisas eleitorais provavelmente levarão o parlamentar a desistir da empreitada e tentar novamente se reeleger deputado e continuar ocupando a presidência da Câmara que lhe possibilita a aparecer na mídia com muita frequência, realmente com o objetivo de procurar sempre enganar a opinião pública.
Na área das contra reformas, o cenário político continua confuso e nada indica, pelo menos até o momento, que os políticos do setor se unam em torno de uma candidatura. Temer, que já imaginava que cresceria nas pesquisas depois do anúncio da intervenção na segurança do Rio de Janeiro, continua com altos índices de rejeição e, segundo analistas políticos, dificilmente o quadro atual vai se alterar nos próximos meses. E as eleições estão marcadas para 7 de outubro. Alguns integrantes do governo golpista começam a deixar os cargos para concorrerem nas eleições legislativas. Têm prazo até 7 de abril para usufruir dos cargos que ocupam. Resta saber se vão se apresentar também como opositores do chefe Michel Temer ou o defenderão. Se optarem pela segunda possibilidade podem até correr riscos, como indicam analistas políticos.
Enquanto isso segue a novela do ministro do STF, Luís Roberto Barroso e o presidente golpista Michel Temer, que teve o seu sigilo bancário quebrado. Como se o esquema da corrupção depositasse propinas na conta bancária, ainda por cima de um presidente ou vice. Resta aguardar o desenrolar dos acontecimentos, para verificar se a quebra do sigilo bancário foi mesmo com o objetivo de saber se Temer recebeu propinas por ter favorecido a empresa no porto de Santos ou tudo não passou de um jogo de cena. Se depois da investigação nada for constatado, o honesto Michel Temer procurará se apresentar como isento do recebimento de propina. Ou será que investigações mais aprofundadas serão feitas? Com a palavra o ministro Barroso.
Edição: Brasil de Fato RJ