A 13ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), realizada em Salvador (BA), chegou ao fim neste sábado (17). Durante cinco dias, a programação contou com marchas, atos, assembleias e debates para a construção de resistências aos retrocessos democráticos.
De acordo com a assessoria de comunicação do Fórum, foram realizadas 1500 atividades durante o evento. Na avaliação de Jussara Santana, da Coordenação de Entidades Negras (Conen), a inserção e o debate de temas relacionados ao povo negro foram de grande substância. “A nossa avaliação enquanto movimento negro é positiva porque nós tivemos 80% dos trabalhos escritos, voltados para a questão racial, mulheres, religião, juventude e política”, afirma.
Andreia Veiga, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), acredita que o FSM foi um espaço importante porque possibilitou trocar experiências e articular agendas de luta. No entanto, avalia que a edição deste ano careceu de “proposição política e organizativa”.
“Acho que faltou um pouco de direcionamento político. Pensando numa perspectiva de futuro, poderia ter sido mais intencionalizado para que se conseguisse um objetivo de forma organizada coletivamente”, pondera.
Já para Rogério Pantoja, da direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na atual conjuntura pós-golpe, com o país imerso em uma crise social, com sérias ameaças à democracia e às conquistas de direitos duramente conquistados, o Fórum foi um espaço para revigorar e aglutinar forças, mas também para refletir sobre os futuros desafios.
“O Fórum chega a sua 13º edição com o desafio de não ser mais um espaço de reflexão, mas sim um espaço também de ação política, a partir das intervenções, das construções dos mais diversos movimentos dentro do FSM", analisa.
A assassinato da militante e vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, executados a tiros na noite de quarta-feira (14) no Rio de Janeiro (RJ), marcou a edição deste ano.
Uma marcha foi realizada na quinta (15) e o Fórum se somou à mobilização que tomou as ruas de diversas capitais e cidades do país contra mais um caso de feminicídio.
Segundo dados da organização, o FSM reuniu cerca de 60 mil pessoas em Salvador.
Edição: Thalles Gomes