Cerca de 700 participantes do Fórum Alternativo Mundial Água (FAMA) protestaram em frente à Eletrobras, em Brasília (DF), na manhã desta quarta-feira (21). O ato durou das 8h às 9h30, aproximadamente, no Setor Comercial Norte. O público presente no ato expressou a diversidade do FAMA: agricultores sem-terra, atingidos por barragens, trabalhadores do setor elétrico e de movimentos sociais. O Fórum começou no dia 17 e se encerra nesta quinta-feira (22), com a participação de 7 mil pessoas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, na capital federal.
Os manifestantes expressaram a posição contrária à privatização do Setor Elétrico brasileiro, articulada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB). José Josivaldo, integrante da direção nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), reforçou a importância da unidade entre os diferentes setores da sociedade para a multiplicação de ações conjuntas em defesa do patrimônio público. “Nós não podemos aceitar que o patrimônio brasileiro passe para as mãos de banqueiros e especuladores. Temos que fazer com que atos como este aqui se multiplique cada vez mais em ações por todos estados do país”, propôs.
Para Nailor Gato, trabalhador da Eletronorte, coordenador do Coletivo Nacional de Eletricitário e vice-coordenador da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), a privatização do setor elétrico tem sido articulada desde o início do golpe. Sinais disso, de acordo com o eletricitário, é a nomeação de Pedro Pedrosa para a secretaria-executiva do Ministério de Minas e Energia, e de Wilson Pinto à presidência da Eletrobras. Ambos têm posição favorável à privatização e têm relações com as transnacionais da energia.
“Eles fazem essa política de desmonte por dentro, com o objetivo de fragilizar as empresas, para depois dizer que as empresas são ineficientes e tentar colocar isso na sociedade, para que passe esse projeto de privatização no parlamento”, aponta o integrante da FNU.
O ato contou com a presença dos deputados Chico Vigilante (PT/DF), João Daniel (PT/SE), Danilo Cabral (PSB/PE). Pelo menos 50 policiais foram deslocados para o local, além de oito viaturas do Batalhão de Choque, segundo informações do Major Elisson Souza, da Polícia Militar, que coordenou a operação.
Adesão dos funcionários da Eletrobras
De acordo com trabalhadoras da Eletrobras, a maioria dos funcionários da empresa deixou seus postos de trabalho para aderir ao protesto nesta manhã. Ianaê Carraro, trabalhadora no setor de Meio Ambiente há 11 anos, estava entre elas: “Eu participo como empregada, por que acho que é importante. Sou a favor do patrimônio público brasileiro, das empresas públicas, da manutenção das empresas com o monopólio do governo, com os impostos que já são pagos pelo povo”.
A funcionária frisa o papel da Eletrobras como promotora de políticas públicas de acesso à energia elétrica à população de baixa renda, por exemplo, por meio do Programa Luz Para Todos. Criado em 2003, o Programa conectou 3,2 milhões de famílias à rede de eletricidade.
Edição: Redação