Puxado pelos professores municipais, o ato realizado nesta quinta-feira (23) reuniu cerca de 30 mil servidores públicos. Eles protestam contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) 621/16, batizado pelo prefeito João Doria Jr. (PSDB) de SAMPAPREV. A medida institui uma série de alterações na previdência municipal.
Os trabalhadores se concentraram na Praça do Patriarca, no centro da cidade, onde votaram pela continuidade da greve realizada desde o dia 8 de março. De lá, seguiram para a Prefeitura de São Paulo, onde se somaram aos professores acampados em frente ao prédio.
A principal reivindicação deles é a retirada do PL. O desconto na folha de pagamento dos servidores, que hoje é de 11%, pode chegar a 19% em alguns casos. O SAMPAPREV vai afetar cerca de 220 mil trabalhadores públicos.
Cleiton Gomes da Silva, secretário geral do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Simpeem), afirma que os servidores não vão recuar até derrotarem a medida.
“De hoje para frente é continuar a greve já que o governo não se sensibiliza e não abre a possibilidade de retirada do projeto. Vamos também intensificar os atos”, promete.
Nesta sexta-feira (24), os servidores realizam novo ato no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista, a partir das 14 horas.
A professora de história Célia Cordeiro da Costa considera que, com o projeto, o prefeito Doria está transferindo ao trabalhador a obrigação da prefeitura com a previdência. "A proposta de reforma da previdência municipal indica que paguemos até 19% do nosso salário e isso não aceitamos, é confisco", afirma.
A manifestação, que é apresentada pelos trabalhadores como a maior greve dos servidores públicos municipais, contou com a presença de diversas outras carreiras do funcionalismo como servidores da saúde, da construção civil e do serviço funerário.
Histórico
O projeto foi encaminhado à Câmara pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) em 2015. Após protestos, ele voltou atrás e retirou a proposta em agosto de 2016. A nova versão do texto, elaborada pela gestão tucana, está em pauta desde dezembro de 2017.
No dia 14 de março os professores da rede pública foram recebidos com bombas de efeito moral e balas de borracha pela Polícia Militar (PM) e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), em frente a Câmara dos Vereados, enquanto protestavam contra a medida.
Após ser aprovado pelas comissões, o SAMPAPREV deve ser votado no plenário da Câmara na próxima semana.
Edição: Camila Salmazio