MINAS GERAIS

Programa em áreas de Reforma Agrária estimula a geração de renda no campo

Quatro mil famílias do MST foram beneficiadas pelo plano emergencial, que incentiva a produção de alimentos saudáveis

Colaboração para o Brasil de Fato |
O projeto desenvolve um modelo alternativo de produção, beneficiamento e comercialização de alimentos
O projeto desenvolve um modelo alternativo de produção, beneficiamento e comercialização de alimentos - Divulgação PSA

Nascido do diálogo entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), o plano emergencial do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional em áreas de Reforma Agrária (PSA) visa garantir a subsistência e o desenvolvimento de pequenos projetos coletivos e comunitários em áreas de acampamento e pré-assentamentos do Estado de Minas Gerais.

O projeto desenvolve um modelo alternativo de produção, beneficiamento e comercialização de alimentos, com base em um projeto popular de sociedade que combate a fome, desigualdade social, a degradação da natureza. Além disso, questiona os ideais de propriedade no campo, melhorando as oportunidades de vida e garantindo a sobrevivência e a permanência das famílias, principalmente dos jovens, no meio rural. Esta é a segunda vez que o PSA ocorre, e, nesta etapa do plano emergencial, 4 mil famílias de 83 áreas foram beneficiadas pelo projeto, que se encerra no mês de abril de 2018.

Na prática, o PSA trabalha com os pilares da agroecologia e da cooperação dos trabalhadores do campo para produzir de forma diversificada, coletiva e sem agrotóxico, que se opõe ao modelo de monocultivos do agronegócio. Para isso, o projeto conta com kits produtivos de hortaliças, apicultura, avicultura, suínos, lavoura, cozinhas comunitárias e campos de sementes. Esses insumos produtivos são uma preparação para quando a conquista da terra se efetivar na legalidade.

A proposta é que o PSA continue avançando no estado e possa, cada vez, mais incentivar a produção de forma solidária e ajudar a manter as famílias que lutam pela redistribuição de terras em Minas Gerais. Ester Hoffmann, da Direção Nacional do MST, afirma que o programa é uma grande conquista para a Reforma Agrária Popular, mas ainda precisa de muitos avanços. “É preciso que ele se torne política pública para que todas as famílias acampadas possam ter acesso”, afirma.

Ao longo de todo o mês de abril, o Brasil de Fato irá mostrar relatos de iniciativas de produção nas áreas de acampamento e pré-assentamento do MST que são exemplos de como os kits produtivos do PSA podem mudar a realidade.
 

Edição: Larissa Costa