Unindo benefícios do cloreto de sódio e de temperos naturais, sal temperado será usado em pratos típicos durante Feira
Utilizado na alimentação diária em diversas localidades do Brasil e do mundo, o sal ou cloreto de sódio "dá sabor" aos alimentos.
Combinado com temperos naturais como açafrão, orégano, tomilho, páprica, pimenta do reino, entre outros, o sal substitui condimentos artificiais, que causam doenças como Alzheimer e Parkinson, explica a nutricionista Etel Matiello, do coletivo de saúde do DF do MST de Brasília e que atua no Ministério da Saúde.
"O sal, a principal importância pro corpo é mais dar sabor e contribuir com o iodo, que a maioria do sal que a gente usa no Brasil é iodado e o iodo ajuda a prevenir doenças da tireóide. Quando a gente alia neste sal o alho em flocos, a cebola, a pimenta, o orégano, o açafrão, aí a gente já está transformando ele quase num tempero medicinal. Especialmente alho, pimenta, cebola, eram usadas para tirar as bactérias dos alimentos. Então tem este benefício pro corpo, o alho, a cebola ajudam o coração, fortalecem o coração, ajudam a reduzir a pressão. O açafrão é anti-cancerígeno, anti-inflamatório e dá cor ao alimento, então vão agregar sabor e saúde também", afirma Etel.
A nutricionista ressalta que os temperos industrializados possuem glutamato monossódico, responsável por "realçar o sabor dos alimentos".
Matiello explicou estes e outros benefícios do sal temperado para Dejane Alexandre, sem-terra do acampamento Olga Benário, localizado em Fortaleza do Tabocão, no Tocantins e para dezenas de outros sem-terras, de várias partes do Brasil, durante a oficina "Semeando Esperança, Cozinhando Política".
Depois da experiência de preparar o próprio tempero, Dejane diz que adorou a ideia.
"Participando da oficina a gente fez um salzinho temperado e eu pretendo usar ele no chambari, que vai ser um dos pratos que a gente vai estar fazendo aqui na feira eu pretendo usar e ver no que vai dar", comenta Dejane.
Dejane participará pela primeira vez da Feira Nacional da Reforma Agrária, que neste ano chega à sua terceira edição. Ela conta que pretende usar os conhecimentos adquiridos na oficina para o preparo do prato típico de seu estado:
" Ela é a perna do boi, que é a parte do músculo, com o osso. O tempero dele é muito simples, é alho, cebola, sal e coloral. E aí tem gente que gosta de comer só com arroz e tem gente que gosta com farinha", explica.
Assim como Dejane, a boleira Mauricéia, do assentamento Normandia, que fica no município de Caruaru, em Pernambuco, fala sobre outras edições da feira e a troca com o público.
"Foi uma experiência, lógico, ímpar. É um mundo a quantidade de pessoas, não só que compraram, mas essa troca eu acho, de experiências e de curiosidade. A gente costuma dizer no grupo das boleiras que as pessoas vinham comprar conversa, muito mais do que o produto. Se deliciavam com o produto"relembra Mauricéia.
A nutricionista Etel fala sobre a importância do alimento saudável à mesa da população e o compromisso do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, com esta proposta.
"A Mauricéia contou que eles fizeram o tempero, trouxeram pra feira e aí pelo cheiro que dava do bode sendo preparado com o tempero, começou a vender o tempero. Tem toda uma relação que vai agregando valor ao alimento, nesta perspectiva da saúde, que é o nosso compromisso da Reforma Agrária, de produzir os alimentos saudáveis e mostrar que é possível o alimento saudável tenha sabor, tenha cor, um gosto gostoso, uma apresentação bonita", finaliza Etel.
A terceira edição da Feira Nacional da Reforma Agrária está marcada para ocorrer em maio, no Parque da Água Branca, região oeste da cidade de São Paulo.
Edição: Michele Carvalho