O acampamento de resistência montado em Curitiba (PR) em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continua recebendo centenas de pessoas vindas de outras cidades e estados para permanecer em vigília em frente à Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente se encontra detido.
Ao longo domingo (8), um ato político foi realizado com a participação de parlamentares e lideranças de movimentos populares e sindicais. A senadora Gleisi Hoffmann, que também é presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), pediu desculpas à vizinhança do bairro Santa Cândida, mas reafirmou que a mobilização vai continuar.
“Quero aqui falar com os vizinhos que nos cercam. Sei que muita gente reclamou, outros nos apoiaram. Mas eu queria dizer pra eles o seguinte: nós não pedimos pra estar aqui. Aliás, nós não queríamos estar aqui. E nós não precisaríamos estar aqui se houvesse justiça isenta e séria nesse país. Nós estamos aqui para dizer a todos que o presidente Lula é o primeiro preso político do Brasil desde a restauração democrática”, disse.
Já o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e Combate à Fome do governo Lula, o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), afirmou que, embora haja um profundo sentimento de esperança pela liberdade de Lula, não é conveniente subestimar os inimigos da democracia.
“Muito além de juízes e policiais que não sabem o que fazem, como dizia Jesus, por trás desse golpe está o capital financeiro internacional, as grandes empresas internacionais, interesses também de países, de nações poderosas às quais não interessa que o Brasil se afirme como uma nação independente, economicamente forte, socialmente justa, que preserve suas riquezas para as gerações presentes e futuras”, afirmou o parlamentar.
A cantora Ana Canas também foi até o local neste domingo e apresentou algumas músicas que, segundo ela, "são as preferidas do ex-presidente". “Lula, nós te amamos”, disse a cantora.
Apesar da repressão e das tentativas jurídicas para impedir a vigília em Curitiba, os apoiadores do ex-presidente estão determinados a permanecer acampados nos arredores da PF até que Lula seja libertado.
Edição: Simone Freire