Coluna

Mídia comercial não se conforma com verdades ditas em São Bernardo (SP)

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A resistência em São Bernardo e em todos país fez o pesadelo da mídia comercial
A resistência em São Bernardo e em todos país fez o pesadelo da mídia comercial - Ricardo Stuckert
Globo e a Band insistem hoje na tese de que “pichação é vandalismo”

É bem visível a inconformidade da mídia comercial com o que disse Luis Inácio Lula da Silva no discurso feito no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo. Vários canais de televisão acabaram tendo de transmitir o que o mais recente preso político brasileiro falava. Foi demais para as Organizações Globo e demais espaços midiáticos que em essência defendem os mesmos valores que sempre defenderam, como em agosto de 1954, em abril de 1964, e mais recentemente a partir de maio de 2016 com as suas verdades que o tempo comprovou que não passaram de mentiras para enganar a opinião pública.

Essa é a realidade, que por mais que queiram esconder  os grupos midiáticos de linha antinacional, não podem mais fazê-lo diante da própria história. No dia seguinte a prisão de Lula, os veículos impressos saíram à frente com seus colunistas de sempre, alguns deles chegando a repetir a baboseira segundo a qual regulação da mídia é censura. Não é, muito ao contrário, porque se já tivesse sido feita, provavelmente o mundo midiático não estaria sob o controle de poucas famílias defensoras de projetos que visam manter a dominação e os lucros dos poderosos.  Ou será que alguém em sã consciência tem dúvidas a esse respeito diante dos últimos acontecimentos? 

Alem da pregação coordenada de que regulação da mídia é censura, tanto os canais de televisão, sobretudo a Globo e a Band insistem hoje na tese, por exemplo, de que “pichação é vandalismo”. Na época da ditadura empresarial militar que durou 21 anos, os dominadores a força do governo insistiam na tese, repetida sem pestanejar pela mídia comercial, segundo a qual “pichação é subversão”. E os que eram pegos pichando com os protestos eram presos, torturados e alguns até assassinados. Nos dias atuais, os apoiadores do golpe de 2016 trocaram “subversão” por “vandalismo” e seguem na pregação visando, como sempre, enganar os incautos. 

Hoje pressionam no sentido de as autoridades descobrirem com rapidez quem pichou as paredes na Cinelândia após os atos de protestos contra a decretação da prisão de Lula. Mas não cobram a mesma rapidez para a descoberta dos autores dos tiros contra a caravana de Lula no Paraná e até mesmo em relação ao assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Na verdade, a mídia comercial tenta de todas as formas esconder, é que a história mostra que o povo reage a sua maneira. Em 1954 depois do suicídio do Presidente Getúlio Vargas, ocasionado por uma campanha sórdida, levada em parceria pelos golpistas de então e a mídia comercial, veículos que distribuíam órgãos de imprensa como O Globo e a Tribuna da Imprensa (na época de linha golpista) foram queimados, da mesma forma que os demais apoiadores das mentiras contra o Presidente que defendia um projeto nacional, que Roberto Marinho, então de braços dados com o partido político UDN, capitaneado pelo golpista mor Carlos Lacerda, queriam a todo custo tomar o poder e só conseguiram dez anos depois, com a mesma mídia comercial de sempre, que hoje repete a história de apoio a projetos antinacionais, que na prática transformam o Brasil em uma republiqueta, onde vale tudo contra quem se posiciona contra o retrocesso.

Em suma, não adianta acionar a mídia comercial e até a Justiça, como acontece hoje, pois a história fala muito mais alto. E quem a conhece minimamente não tem dúvidas sobre os protagonistas atuais, que querem de todas as formas aprofundar o projeto colocado em prática a partir da ascensão do lesa pátria Michel Temer e seus associados da chamada base aliada. E tremem pelas bases com os resultados das pesquisas eleitorais que indicam repúdio dos consultados aos políticos apoiadores do atual projeto que vem sendo colocado em prática pelos  ocupantes do governo comandado por Michel Temer.

No mais, agora mais do que nunca, todo cuidado é pouco, porque os que querem aprofundar o golpe de 2016 são capazes de qualquer coisa, até mesmo fazer com que militares em seus pronunciamentos pressionem os poderes, mesmo que os tempos atuais sejam distintos daqueles que desencadearam o golpe de abril de 1964.

Edição: Brasil de Fato RJ