Coluna

O silêncio do governo lesa pátria estimula ação nefasta do Exército

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Declaração do General Villas Bôas no Twitter foi lido no final do Jornal Nacional antes do julgamento do Habeas Corpus
Declaração do General Villas Bôas no Twitter foi lido no final do Jornal Nacional antes do julgamento do Habeas Corpus - Facebook
Se o Brasil estivesse vivendo a plenitude democrática, o militar seria exonerado

O pronunciamento do comandante do Exército, General Villas Bôas foi claramente uma pressão, em conluio com a Rede Globo, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidisse contra a concessão do habeas corpus em favor de Lula. O governo do lesa pátria Michel Temer preferiu o silêncio covarde do que criticar o militar ou mesmo puni-lo. O Ministro Raul Jungmann fez as honras do Executivo elogiando de forma vergonhosa o militar.

É mais do que necessário exigir um posicionamento do governo contra a pressão de Villas Bôas. Mas como o Brasil está diante de um governo fraco e sem moral, Temer prefere o silêncio. Ele só está preocupado mesmo em não ter de enfrentar a Justiça quando deixar o cargo.

A história brasileira dos últimos 64 anos registra uma série de pronunciamentos militares golpistas que contribuíram finalmente para a quebra da ordem constitucional ocorrida em abril de 1964. Não se pode aceitar passivamente que desta vez os fardados queiram se fazer presentes, no caso com pronunciamento de visível pressão contra Ministros da instância máxima da Justiça brasileira.

A ameaça de alguma forma influiu no julgamento contra o habeas corpus. No dia anterior, a Rede Globo não escondeu no noticiário o desejo de ver preso o candidato presidencial líder nas pesquisas eleitorais. Faz parte do jogo da referida emissora pressionar no sentido de se decidir em favor da prisão de Lula e anulá-lo como candidato a Presidente. A Globo, sem dúvida, ganhou um aliado de peso, qual seja o comandante do Exército, General  Vilas Bôas.

Se o Brasil estivesse vivendo a plenitude democrática, o militar seria exonerado do cargo ou pelo menos chamado a atenção pelo pronunciamento. Mas como o Brasil vive em estado de exceção, nada acontece. Houve até um general da reserva que ameaçou com uma intervenção militar caso o STF decidisse em favor de Lula e permitisse que ele fosse candidato a Presidente. O referido, que já tinha sido comandante na Amazônia nem sequer foi chamado a atenção e o Exército limitou-se a afirmar que a sua opinião era de “caráter pessoal” e não representava a opinião da corporação. 

Se nada for feito para deter os pronunciamentos ameaçadores dos militares, em pouco tempo o Brasil correrá o risco de um retrocesso nos moldes de abril de 1964, embora esse tipo de intervenção não seja atualmente a preferida pelo capital financeiro, que enfatiza claramente a prioridade em favor da toga. Um país que tem juízes e integrantes do STF que jogam para a platéia, com um governo fraco como o atual, tudo pode acontecer, até mesmo uma intervenção militar, que em princípio pode não estar no programa. 

E, vale sempre repetir, com um governo fraco e covarde como o de Michel Temer, que está entregando as riquezas do país de mão beijada para empresas estrangeiras, faria melhor o comandante do Exército em defender verdadeiramente o Brasil do que pressionar o STF. Mas talvez falte grandeza para o general Villas Bôas se posicionar em defesa realmente da nação.

Essa é a realidade brasileira atual, o resto é pirotecnia encabeçada pelas Organizações Globo, que ao longo da história tem apoiado quebras da ordem constitucional, como aconteceu em 1964 e 2016. Não é à toa o apoio incondicional ao projeto “ponte para o futuro” que vem sendo executado pelo atual presidente golpista Michel Temer.

Ilegalidade de Moro

Quando esta reflexão tinha sido feito veio a informação segundo a qual o juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Luis Inácio Lula da Silva, que terá até as 17 horas desta sexta-feira para se apresentar em Curitiba. Foi uma decisão apressada e ilegal, já que se aguardava mais um recurso, um embargo na TRF-4, o que não foi respeitado. 

A Rede Globo, desta vez através de comentaristas de sempre na Globonews defendiam com unhas e dentes a ação ilegal de Sérgio Moro. O objetivo, como sempre, é enganar os incautos e agradar os tais coxinhas que há tempos querem ver Lula preso. E a Rede Globo ainda se apresenta como um espaço jornalístico e não uma linha auxiliar dos golpistas que ocupam o Brasil e cometem ilegalidades.

Edição: Brasil de Fato RJ