Coordenador Nacional do MTST e pré-candidato à presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos esteve na vigília pelo ex-presidente Lula, em Curitiba (PR), na manhã desta quarta-feira (11). Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, Boulos afirmou que é preciso unir a esquerda para barrar a escalada fascista que ameaça a democracia brasileira.
“Isso não é apenas contra o Lula, mas também contra o Brasil e a democracia. Todos aqueles que estão preocupados com a escalada fascista tem o dever de estar aqui. Não se trata de uma pré- candidatura. É natural que dentro da campo da esquerda haja debate, posições contrárias, mas nenhuma diferença vai nos impedir de sentar lado a lado na mesma mesa e barrar a escalada fascista nesse país”, disse.
Nesta quinta-feira (12), Guilherme Boulos vai à Portugal para denunciar as ilegalidades do processo de condenação do ex-presidente Lula. “Nós precisamos ter a firmeza de dizer ao povo brasileiro que o Lula é um preso político. Trinta anos depois da constituição que marcou o fim da ditadura militar no Brasil, nós temos um preso político. Isso precisa ser dito aqui e no mundo”, comentou.
Acompanhe os principais trechos da entrevista:
Rádio Brasil de Fato: Qual a necessidade de estar aqui visitando a vigília e apoiar o ex-presidente Lula?
Guilherme Boulos: O que está em jogo com a prisão do Lula é a democracia, nós temos um preso político. O Lula foi condenado sem qualquer prova, em um processo evidentemente político, para retirá-lo do processo eleitoral. É uma farsa! Isso não é apenas contra o Lula, mas também contra o Brasil e a democracia. Todos aqueles que estão preocupados com a escalada fascista tem o dever de estar aqui. Não se trata de uma pré- candidatura. É natural que dentro da campo da esquerda haja debate, posições contrárias, mas nenhuma diferença vai nos impedir de sentar lado a lado na mesma mesa e barrar a escalada fascista nesse país ou de pedir justiça por Marielle, assassinada no mês passado. Essa é uma luta democrática, que abarca muito mais que a esquerda.
Como você avalia as mobilizações desde a última semana? O que vem pela frente?
A nossa reação se centrou primeiro no Sindicato do Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, e agora aqui em Curitiba. Estão ocorrendo novas ações pelo país e isso vai crescer ainda mais. Teremos ações também na semana que vem. Enquanto o Lula estiver aqui, e nós esperamos que o STF tenha a grandeza e não se apequene mais, mais enquanto ele estiver aqui, estaremos na rua. Nossas organizações vão denunciar tudo que está acontecendo internacionalmente. Estou indo para Portugal denunciar isso, ao lado de Boaventura Sousa Santos, Pilar Del Río, para participar de mesas por toda Europa.
Qual deve ser o foco da luta?
Nós precisamos ter a firmeza de dizer ao povo brasileiro que o Lula é um preso político. Trinta anos depois da constituição que marcou o fim da ditadura militar no Brasil, nós temos um preso político. Isso precisa ser dito aqui e no mundo. A história montada pelo judiciário para prender Lula é uma farsa. Enquanto Lula está preso sem provas, o Michel Temer esta no Planalto, com gravações que o comprometem. Isso mostra quão seletivo está sendo o judiciário brasileiro. Não vamos descansar enquanto não desfazer essa ferida brutal na já frágil democracia brasileira.
Edição: Juca Guimarães