Eleições

"Lula unificou o país", disse o ex-ministro Jacques Wagner

"Não vamos combater o ódio devolvendo ódio", comentou o ex-governador da Bahia no acampamento em Curitiba

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
“É a hora de cada brasileiro devolver ao Lula tudo que a gente ganhou
“É a hora de cada brasileiro devolver ao Lula tudo que a gente ganhou - Joka Madruga/PT

O ex-governador da Bahia pelo PT e ex-ministro chefe da Casa Civil no segundo mandato de Dilma Rousseff, Jacques Wagner esteve no acampamento em frente à Polícia Federal, em Curitiba (PR), na vigília mantida em apoio ao ex-presidente Lula. Em rápida conversa com os jornalistas na manhã desta quarta-feira (11), Wagner afirmou que Lula segue como candidato do PT à presidência da república nas eleições, e que não há discussão sobre outros nomes que possam substituí-lo no pleito deste ano. “A esperança não é a última que morre? A luta só vai acabar quando recebermos o apito final. Ainda podemos registrar a candidatura e por isso sou contra a discussão de qualquer plano A, B ou C. O meu plano é o L, de Lula”, disse.

Governador da Bahia entre 2007 e 2014, o petista salientou que o momento exige retribuição do povo brasileiro beneficiado pelos programas sociais promovidos pela gestão do ex-presidente Lula. “É a hora de cada brasileiro devolver ao Lula tudo que a gente ganhou. Os estudantes que foram para a Europa, as mães que viajaram de avião para ver seus filhos, quem saiu da extrema pobreza. Nós, da Bahia, tínhamos uma universidade, e agora temos seis.  Ele mudou a realidade de muito gente”, ressaltou Jacques Wagner.

Confira os principais trechos da entrevista:

Brasil de Fato: Qual a importância desse movimento na frente da PF?

Jacques Wagner: Acho que é fundamental porque ele sente a energia chegando. Ele sabe que as vigílias estão acontecendo no Brasil inteiro. As pessoas estão se emocionando, chorando e escrevendo pra ele.  Isso é fundamental, mesmo com a restrição de chegar perto dele. Quem está aqui nos ajuda e o ajuda. É uma energia fora do normal.

Como está a família do Lula?

Estão indignados e sofrendo. Eu sei que tem gente cuidando deles e eu me coloquei à disposição disso. É a hora de cada brasileiro devolver ao Lula tudo que a gente ganhou. Os estudantes que foram para a Europa, as mães que viajaram de avião para ver seus filhos,  quem saiu da extrema pobreza. Nós, da Bahia, tínhamos uma universidade agora temos seis.  Ele mudou a realidade de muito gente. Fico impressionado, e isso me preocupa, com o ódio. Não vamos combater o ódio devolvendo ódio. Quanto mais nos abraçarmos, mas defenderemos a democracia. Parece que as pessoas perderam a vergonha, estão tirando do armário o preconceito e acham até bonito ofender o outro. Daqui a pouco viveremos uma guerra civil no Brasil. A radicalidade pode estar expressa na firmeza de posição, não no braço, na agressão. Às vezes um sorriso quebra muito mais o preconceito do que um tapa.

Você tem falando sobre o conceito de “Democracia de três pernas”. O que ele significa?

Nenhum animal de três pernas consegue andar. A consolidação da democracia só anda empurrado, com luta na rua, no sindicato, na igreja, nas escolas, em todos os lugares possíveis. Aqueles que são democratas precisam empurrar a democracia, Se a gente não fizer isso, a democracia fica parada.

Lula segue como candidato à Presidência da República?

A esperança não é a última que morre? A luta só vai acabar quando recebermos o apito final. Ainda podemos registrar a candidatura, por isso que sou contra a discussão de qualquer plano A, B ou C. O meu plano é o L, de Lula. Eles (oposição) estão errando muito. Tem gente, que não estava aqui na vigília ontem, mas está percebendo as injustiças que estão acontecendo. Eles estão conseguindo fazer com que o Lula possa concorrer ao premio Nobel da Paz, por exemplo. Estão acusando o Lula de conflagrar o pais, e eu não conheço ninguém que unificou tanto o país. Nós não temos uma maioria só do PT, mas sim uma maioria em relação ao programa que o Lula impôs. Eu não tenho vaidade. Minha vaidade é ver o Lula colocando o Brasil no caminho da prosperidade.

Como você avaliou a resposta negativa ao pedido de visita dos nove governadores ao ex-presidente Lula?

É uma afronta. São governadores que representam milhões de brasileiros e, portanto, o bom senso deveria prevalecer. Era uma visita 30, 20 minutos, nada exagerado. São pessoas que carregam uma representatividade. Evidentemente, no meio desses governadores, tem que gente que não gosta do Lula, mas o gesto de solidariedade é visível. As pessoas estão endurecidas  na sua posições. Democracia não é terra de vidro, mas terra de espuma, onde há mobilidade para encaixar e mover as coisas.

Edição: Juca Guimarães