Em sintonia com as mobilizações nacionais em defesa da libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cerca de 400 manifestantes estão reunidos em Brasília no Acampamento Lula Livre.
O dirigente Marco Baratto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), afirma que, para os segmentos populares, a crítica à prisão do petista vai além das questões relacionadas à figura do ex-presidente. Ele destaca o avanço da cultura do ódio como ameaça aos direitos garantidos em lei.
“É exatamente esse movimento de ódio e intolerância que destrói as bases da violência, da não aceitação, do ódio ao pobre, ao negro, ao sem-terra ao sem-teto”, complementa.
Por conta disso, as ações do acampamento se inserem também no contexto da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária 2018, do MST, que rememora os 22 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás e reforça o combate à violência no campo.
Baratto ressalta que o Acampamento tem três objetivos principais. Além de simbolizar a luta e a resistência do campo popular, a iniciativa contribui com o processo de formação política da militância. Mais que isso, possibilita a interação dos movimentos com os diversos segmentos sociais.
“É colocar a classe, os trabalhadores pra gente discutir os temas na rua. É importante nós estarmos mobilizados na rua, que é o nosso palco de batalha”, afirma o dirigente.
O grupo conta com militantes de diversos estados, como Goiás, Tocantins, Bahia e Minas Gerais. A expectativa é de que o acampamento reúna cerca de 500 pessoas até a próxima semana, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá avaliar as duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) que tratam da legalidade da prisão após condenação de segunda instância.
De acordo com a organização, a acampamento deve seguir mesmo após a decisão do STF sobre as ADCs.
Filme
As ações do grupo têm caráter diversificado. Nesta quinta-feira (12) à noite, serão exibidos no local trechos do documentário “O povo pode”, que retrata a caravana do ex-presidente Lula pelo Nordeste.
A narrativa destaca a história de pessoas simples da região. Os personagens, que vão desde um assentado do MST na Bahia até uma pequena agricultora do interior de Pernambuco, foram selecionados pelos realizadores do filme entre as pessoas que fizeram contato com o ex-presidente durante a caravana.
O filme traz à tona temas como escravidão, justiça social, acesso à educação e à água. Segundo o produtor, Mauro di Deus, a proposta é ilustrar o legado social dos governos do PT a partir da história dos personagens.
“Nós partimos do princípio de que os números são frios. Resolvemos, então, mostrar o que mudou na vida daquelas pessoas naquele Brasil profundo do Nordeste em função das políticas publicas dos governos do PT”, acrescenta.
O documentário ainda não tem data oficial de lançamento.
Edição: Diego Sartorato