Agroecologia

Lançamento da Feira da Reforma Agrária reúne dezenas de pessoas no Armazém do Campo

Terceira edição do evento acontece entre 3 e 6 de maio no Parque da Água Branca, em São Paulo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Dezenas de pessoas desfrutam de produtos da reforma agrária durante almoço no Armazém do Campo
Dezenas de pessoas desfrutam de produtos da reforma agrária durante almoço no Armazém do Campo - Brasil de Fato

Um almoço especial com arroz carreteiro e risoto de cogumelos marcou o lançamento da III Feira Nacional da Reforma Agrária, neste sábado (14), no Armazém do Campo, loja do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), localizada na região central de São Paulo.
O evento reuniu dezenas pessoas, entre apoiadores da reforma agrária popular e moradores da vizinhança. Foi o caso da professora aposentada Tereza Cristina de Souza Lajolo, que mora nos arredores do Armazém do Campo, e conta que frequenta a loja desde sua inauguração, em agosto de 2016.

“Eu defendo esse espaço com unhas e dentes. Venho aqui, compro o que me interessa, principalmente o leite sem lactose das cooperativas, que me faz muito bem. Então eu gosto muito desse espaço. É uma responsabilidade política manter esse espaço aberto, porque ele é a referência de que a luta está acontecendo, se realizando”, afirmou.

O almoço de lançamento da Feira da Reforma Agrária também motivou a primeira visita de algumas pessoas ao Armazém. O professor de geografia da rede municipal André Luis Malagoli descobriu o evento por meio de um post no Facebook, e levou a família para conhecer o espaço. 

“Para mim é uma satisfação conhecer o Armazém do Campo, porque é um lugar muito diferente do que estamos acostumados. As relações, as pessoas, aqui tudo é bacana. Estamos precisando dessas energias”, afirmou, mostrando a sacola com os produtos que adquiriu na loja. “Arroz, feijão, farinha e um suco de uva, tudo orgânico, e demos preferência para a produção de cooperativas da agricultura familiar”, acrescentou.

O evento contou também com a divulgação do logo oficial da III Feira da Reforma Agrária, com uma apresentação política, e com apresentações musicais. De acordo com Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, a Feira é o principal evento de divulgação da produção agrária do movimento para a sociedade.

“É um momento ímpar para dialogar com a sociedade, a partir do que produzimos e dos paradigmas que adotamos para a produção: a agrofloresta, a agroecologia, o orgânico. Oferecemos produtos saudáveis produzidos por mãos calejadas do Brasil inteiro, e uma culinária que vai do pato no tucupi ao arroz carreteiro. Ao mesmo tempo, é um espaço de debate político sobre qual uso queremos dar para os recursos naturais, que não é o uso que o capital dá hoje”, afirmou.

A segunda edição da Feira da Reforma Agrária, que ocorreu entre os dias 4 e 7 de maio de 2017, reuniu 200 mil pessoas, que consumiram 290 toneladas de alimentos de mais de 800 agricultores de todo o país. Segundo Ana Chã, do coletivo de cultura do MST, o evento tem como principal bandeira a ideia de que a alimentação é um ato político.

“Estamos muito felizes de ver tanta gente reunida aqui, para mostramos que esse modo de vida diferente é possível, repensando a relação de quem produz e de quem consome. Acreditamos em uma alimentação mais saudável e justa para todos”, ponderou.

A sonoplasta Dora Florêncio é um exemplo dessas novas relações consequentes da alimentação orgânica. Ela esteve presente no almoço de lançamento no Armazém do Campo, conta que participou das outras edições da Feira, e está ansiosa para o evento este ano.

“Estou sonhando com a feira desse ano. Ano passado eu fui em todos os dias, comprei muita coisa, fiquei doidinha, parecia que eu estava na roça. Agora neste mês de maio eu vou fazer uma viagem para conhecer os assentamentos de pessoas e cooperativas de mulheres que conheci na feira do ano passado. Fiz várias amizades no Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Goiás e Pernambuco”, disse.

A III Feira Nacional da Reforma Agrária acontecerá entre e 6 de maio, no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo. Como nas edições anteriores, o evento contará com barracas de produtos de todas as regiões do país, com o espaço “culinária da terra”, onde pratos típicos são preparados na hora, e com shows e apresentações culturais de diversos artistas. Nessa edição também haverá a presença de conceituados chefs brasileiros.

Edição: Diego Sartorato