Análise

Prisão de Lula é mais um passo do golpe iniciado em 2016

Historiadora e ex-ministro avaliam golpe que avança com retirada de direitos sociais e políticos

São Paulo |

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Votação do impeachment na Câmara
Votação do impeachment na Câmara - Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados

Dois anos após o Impeachment que derrubou a presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff, o ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro e a professora de História Contemporânea da USP Maria Aparecida Aquino analisam processo que deu início ao golpe que se instalou no país.

Aquino avalia que o impeachment teria acontecido com “qualquer outra pessoa que tivesse uma leitura progressista e de inclusão de uma parcela significativa da sociedade brasileira nos seus direitos efetivos”. 

A historiadora afirma que as decisões políticas que vieram após a derrubada da presidenta Dilma foram no sentido de retirar os direitos sociais da população brasileira.

Na avaliação do ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, o golpe foi meticulosamente orquestrado. “Passo a passo a coisa está sendo seguida, mesmo a exclusão do Lula foi cuidadosamente efetuada”, afirma.

A professora da USP,  Maria Aparecida Aquino, concorda com Janine e afirma que a prisão de Lula é mais um avanço do golpe. Ela avalia que está em curso uma tentativa de impedir a candidatura do ex-presidente.

“Existe uma identificação entre ele e a população brasileira. Então, o pior que poderia acontecer para as elites conservadoras seria o ex-presidente Lula ser candidato. Porque se ele for, vai ganhar”, acredita.

No dia 17 de abril de 2016, o Brasil assistiu a sessão da Câmara dos Deputados, que início ao golpe que se instalou no país.

*Com informações de José Eduardo Bernardes. 

Edição: Katarine Flor