Saneamento

No Brasil, mais da metade do esgoto produzido vai para a natureza sem tratamento

Apenas 52% da população brasileira contam com a rede de esgoto em sua casa

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Mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem de fossas ou alternativas mais precárias para descartar seu esgoto
Mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem de fossas ou alternativas mais precárias para descartar seu esgoto - Flickr

Segundo os dados do SNIS, o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento, de cada 100 litros de esgoto produzido no ano de 2016, menos de 45 litros foram tratados. O restante, ou seja  55% do total, foi lançado na natureza sem qualquer tipo de tratamento.

Os números mostram que enquanto o fornecimento de água pótavel já está próximo à universalização, a coleta e o tratamento do esgoto ainda são um desafio.

83% da população recebe água potável em casa. O número ainda está abaixo do acesso a 100% da população até 2030, mas bem acima do número de pessoas que tem acesso ao serviço de coleta de esgoto.

Pouco mais da metade da população brasileira, 52%, pode contar com rede de esgoto.  O restante, mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem de fossas ou alternativas mais precárias para descartar o resíduo. 120 milhões não têm acesso ao tratamento dos resíduos.

Os números são de 2016 e foram analisados pelo Instituto Trata Brasil, que produz o Ranking do Saneamento no Brasil. Para Pedro Scazufca um dos responsáveis pela análise, o desafio é que para ampliar a rede de coleta e tratamento é preciso plenajar e investir mais.

Já para Edson Aparecido da Silva, Coordenador do Fórum Alternativo Mundial da Água, mais do que investimentos diretos é preciso rever o modelo de tarifas praticado no Brasil. No geral, metade da tarifa que o consumidor paga para as empresas de saneamento básico é para o fornecimento de água. A outra metade para a coleta e o tratamento de esgoto, que é paga, mesmo quando o serviço não é feito.

A análise também mostra que a desigualdade no saneamento básico também é um problema. Segundo o ranking, nos 20 municípios com melhores índices de saneamento básico, o atendimento com rede de esgoto fica acima de 90%, bem próximo do que é chamado de universalização do serviço. Já nas 20 cidades com o os piores índices, a cobertura fica abaixo de 30%.

Edição: Redação