Mario Abdo Benítez, candidato do Partido Colorado, de direita, foi eleito neste domingo (22) presidente do Paraguai. Ele venceu Efraín Alegre, da Aliança Ganhar, que reunia partidos de centro e de esquerda. Com 96,76% dos votos, Benítez tinha 46,49% dos votos, contra 42,73% de Alegre. Não há segundo turno no Paraguai.
A confirmação da vitória de Benítez foi dada pelo magistrado Jaime Bestard, do Tribunal Supremo de Justiça Eleitoral do país. Ele afirmou, em entrevista à imprensa, que as urnas ainda a apurar não são suficientes para modificar o resultado. De acordo com o órgão, os resultados do Congresso devem ser divulgados nesta segunda (21).
Benítez, de 46 anos, é conhecido pelas relações que sua família tinha com a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) e fez campanha com o slogan “Marito de la Gente (Mariozinho do Povo)". Ele, que também é o candidato do atual presidente Horacio Cartes, representa a ala conservadora do Partido Colorado, que domina o Paraguai há sete décadas. Seu pai foi secretário privado do ex-ditador, que governou o país durante 35 anos, até ser derrubado em um golpe de Estado e morrer no exílio em Brasília, em 2006.
Já o segundo colocado, Efraín Alegre, do tradicional Partido Liberal Radical Autêntico, se aliou à Frente Guasú, de esquerda – a mesma que elegeu Fernando Lugo presidente em 2008. Lugo, que acabou sendo destituído em 2012, foi o único presidente não Colorado desde 1947 e concorre ao Senado.
Abdo Benítez representa uma continuidade nas políticas conservadoras de Cartes, por mais que os dois tenham ficado em lados opostos quando o atual presidente tentou aprovar uma emenda permitindo a reeleição.
Entre as medidas anunciadas pelo agora presidente eleito, estão a redução de impostos para empresários e uma "cooperação" com o setor privado no âmbito da educação. Por outro lado, a principal bandeira de Alegre durante a campanha foi a redução nas tarifas de energia – em uma negociação que poderia envolver Brasil e Argentina, por conta das usinas de Itaipu e Yaciretá.
Neste domingo, além de escolherem um novo presidente, que terá mandato de cinco anos, os paraguaios elegeram 17 governadores, 47 senadores e 80 deputados federais.
Edição: Opera Mundi