Abril testemunhou mais uma etapa do golpe iniciado com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016: a prisão do presidente Lula. O processo, repleto de ilegalidades e sem qualquer prova, baseado apenas em delações de criminosos já condenados, com direito de defesa cerceado, teve julgamento em tempo recorde, afrontando o princípio da presunção de inocência (com a pena executada antes de esgotadas todas as instâncias recursais).
Assim, fica cada vez mais clara, aos olhos do povo, a perseguição política ao maior líder popular da história do país, incitada pela Rede Globo e ratificada pelo STF.
Tal perseguição se reflete nas pesquisas de três institutos. O Datafolha revelou que Lula é imbatível no 1° e 2° turnos. O Vox Populi foi além: vitória já no 1º turno em qualquer cenário. Não à toa, o Ipsos mostrou que 73% concordam que “os poderosos querem tirar Lula da eleição”. A fraude é desmascarada pela indicação de Lula ao Prêmio Nobel da Paz por outros dois vencedores e pelas imagens apoteóticas da multidão carregando-o nos braços, as quais correram o mundo através da imprensa internacional, reconhecendo-o como preso político.
Como ele mesmo disse, Lula não é apenas um indivíduo, é uma ideia. A ideia de um projeto político que alie a democracia com a garantia de direitos. Por isso, para as elites, ele precisa ficar fora das eleições. Daí a importância da palavra de ordem “Lula Livre” para barrar o golpe, campanha que cresce e impulsiona o acampamento em frente à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, destino de caravanas de todo o país, bem como em outras capitais, a exemplo do acampamento formado na Praça dos Três Poderes, em João Pessoa.
Contudo, é preciso que essas ações se massifiquem ainda mais, transbordando o círculo da militância de esquerda e ganhando os amplos setores que apoiam o ex-presidente. Ou seja, é preciso transformar a popularidade de Lula em força social organizada, tanto para conquistar sua liberdade quanto para garantir a realização de eleições livres, sua vitória, sua posse e a execução de um novo projeto.
Por isso, é urgente a necessidade de organizar os Congressos do Povo em cada cidade, assembleias amplas para discutir que Brasil queremos. Além disso, comprometer cada participante com a luta e eleger delegados para os congressos estaduais. Estes, por sua vez, deverão desaguar em um grande Congresso do Povo Nacional, lotando o Maracanã em julho.
“Lula Livre” e “Congresso do Povo”: desafios que não competem, mas se somam para acumular forças em torno de um Projeto Popular e barrar o golpismo.
Edição: Paula Adissi