Na véspera daquele que promete ser o maior evento já realizado no país para celebrar o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, Curitiba (PR) recebeu uma série de militantes de diferentes estados e países.
Nesta terça (1º), a cidade será palco de uma intensa programação em referência à data. O evento é organizado por sete centrais sindicais e diversos movimentos populares.
No Acampamento Marisa Letícia, que abriga apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o público aumentou de 70 para cerca de 400 pessoas no intervalo de um dia.
Segundo a coordenadora do espaço, Edna Dantas, o local acolheu caravanas de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e também do Equador.
“É uma chegada que melhora o clima do acampamento e da luta porque traz mais energia positiva. Além disso, depois, quando terminar o evento, as pessoas vão levar pros seus lugares de origem uma energia ainda maior de luta contra o golpe e em defesa da democracia”, disse a dirigente.
O metalúrgico Edson Soares Monteiro veio de São Bernardo do Campo e chegou pela manhã, depois de seis horas de viagem de carro juntamente com outros quatro amigos. Segundo ele, a receptividade das pessoas nos diferentes lugares relacionados à programação do campo progressista em Curitiba tem incentivado o grupo.
“É muito gosto ver a esquerda junta assim. É impressionante como nós somos fraternos. Nos locais onde nós passamos, a gente foi sentindo ainda mais a vida, a luta. Isso é muito bom, é gratificante”, afirma.
E, para receber os grupos que chegam a cada momento, vale contar também com a solidariedade dos parceiros, que oferecem diferentes tipos de ajuda.
Além das inúmeras doações que a vigília e o acampamento receberam desde a prisão do ex-presidente Lula (PT), há 23 dias, que vão desde envio de alimentos até colchões e travesseiros, os curitibanos que apoiam o movimento se articulam para não deixar faltar o que a mobilização tem de melhor: a solidariedade.
É o caso da cabeleireira Sônia Bandeira, que mora nas proximidades da Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso, e, desde o início, abriu as portas da própria casa para acolher militantes.
“A gente contribui com o pouco que tem, que é a solidariedade. Estou aqui há mais de 20 dias ajudando. Olha só minhas olheiras e minha cara de cansaço de tanto ficar pra lá e pra cá”, diz, apontando para o rosto.
Ao todo, mais de 500 pessoas passaram pelo local desde o início. Somente nesta segunda, ela conta que já foram mais de 200. Cobrando apenas preços populares para ajudar no custeio das despesas da casa, Sônia não só abriga pessoas nos diferentes compartimentos do imóvel como cedeu o espaço do quintal para a montagem de barracas de camping.
Além disso, a cabeleireira serve café e aproveita pra conversar com os viajantes a todo momento.
“Eu sempre participo do boa-tarde pro Lula e, no restante do dia, fico atendendo as pessoas e conversando. Conheci muita gente boa aqui no meio desse movimento todo. Isso vai deixar coisas boas por aqui”, finaliza.
Edição: Diego Sartorato