A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), denunciou neste domingo (29), no Congresso Nacional do Chile, a prisão, sem provas, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o último dia 7. Gleisi participou de um ato em homenagem a ex-presidenta do país, Michelle Bachelet. Ontem, a senadora se reuniu com partidos da Frente Ampla.
Em seu discurso, Bachelet defendeu Lula, destacando que o Brasil "deveria respeitar a soberania das urnas e do voto popular".
Em sua mensagem, Gleisi relembrou os vários tratados assinados entre os dois países durante o governo Lula, e destacou a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), entre outras. E agradeceu a solidariedade dos chilenos a Lula e ao povo brasileiro a partir do golpe de 2016.
“Esse golpe entrou agora em sua nova fase. Querem impedir o companheiro Lula de se candidatar à Presidência nas eleições previstas para esse ano, pois a direita e os golpistas sabem que se ele for candidato, ganha a eleição. Por isso a sua prisão, sua prisão política”, disse Gleisi.
Dirigindo-se diretamente à ex-presidente chilena, lembrou que ela, que tem pais que foram perseguidos durante a ditadura, valoriza a democracia e “entende nossa revolta e angústia ao assistir no dia a dia a democracia sequestrada no nosso país”.
Gleisi também denunciou o ataque a tiros no acampamento Marisa Letícia, da Vigília Lula Livre, manifestando sua preocupação com os atuais governos do Brasil e da Argentina, que se unem para destruir conquistas históricas como a Unasul.
Al Jazeera
Há duas semanas, Gleisi denunciou a prisão ao canal Al Jazeera, do Catar, por meio de um vídeo. O episódio causou revolta entre setores que apoiaram o impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff e a violência contra a caravana de Lula no Rio Grande do Sul.
A senadora Ana Amélia (PSDB-RS), usou a tribuna para distorcer os fatos e irritou a comunidade árabe – que segundo a tucana estaria sendo chamada para ações terroristas. O deputado Major Olímpio (PSL-SP) levou o caso à Procuradoria-Geral da República. O arquivamento da representação foi anunciado nesta sexta-feira (27) pela PGR.
Edição: RBA